Fome de fazer o bem!

Matéria quem tem fome dentro da matéria - Créditos Arquivo pessoal Luciano Medeiros

Morador do Complexo do Alemão, Luciano Medeiros, vende quentinhas a R$ 2,99 em favelas do Rio

O mais importante é estar vivo para que se possa correr atrás daquilo que se deseja. E para viver, o básico e necessário é a alimentação. Ter o que comer é o mínimo e por esse fim é que a população sai diariamente para trabalhar. Poder se alimentar e saber que não irá faltar comida na mesa é uma tranquilidade que nem todos podem ter. Foi a partir dessa necessidade, que Luciano Medeiros criou o Projeto Cozinha Popular, para suprir pedidos por comida de qualidade com preços populares.

Cria do Complexo do Alemão, Luciano Medeiros, de 44 anos, está envolvido em trabalhos sociais há quase metade de sua vida. Desde parcerias com faculdades, escolas e cursos a atendimento jurídico e colaboração em eventos, Luciano está há 20 anos empenhado em fazer do mundo um lugar melhor e mais justo. “Hoje com meu instituto posso desenvolver diversas atividades que beneficiam muitas pessoas de todas as regiões do estado do Rio”, relata Luciano.

Com o Projeto Cozinha Popular não podia ser diferente. No começo, eram 300 quentinhas, hoje, três meses depois, são mais de 800 por dia. “A ideia surgiu dos pedidos das pessoas por cesta básica, ou seja, pela necessidade da alimentação. Sei da importância de um prato de comida, pois também já passei necessidades. O que sirvo para as pessoas pode ser considerado simples, mas é de qualidade e tem o mais importante: sabor e amor”, conta Luciano.

A iniciativa não conta com a ajuda de doações de empresas, Governo nem de políticos é um projeto quase pessoal de Luciano, que não tem lucro com a quentinha que vende a R$ 2,99. O dinheiro da venda serve apenas para comprar novos mantimentos e pagar uma ajuda de custo a três cozinheiros, sete auxiliares e três entregadores. “Meu pagamento é a satisfação de saber que estou ajudando e que as pessoas estão gostando e se beneficiando do projeto”.

Na quentinha encontramos o que há na mesa de muitos brasileiros. Arroz, feijão, macarrão e alguma carne que, no cardápio do Projeto Cozinha Popular, normalmente é frango. Essa proteína pode estar ensopada, frita, acompanhada de batatas cozidas ou fritas. Até o momento, os locais de vendas são na estrada do Itararé em frente à Grota, no ponto de ônibus; na Rua Canitar, em Inhaúma (subida do Mineiros); próximo a Associação das Casinhas, também em Inhaúma; na Itaoca em frente ao Café Capital na Nova Brasília e em frente à Suípa de Manguinhos.