Festival no Pará mobiliza contra Marco Temporal

A segunda edição do Festival Amazônia de Pé acontece amanhã, sábado, dia 2 de setembro, no Território Borari, Aldeia Alter do Chão, em Santarém. A entrada é gratuita e os shows serão transmitidos pelo YouTube, no canal do Amazônia de Pé.

Entre as atrações está a ribeirinha e mestra da cultura popular Dona Onete, além do grupo de carimbó de mulheres indígenas Suraras do Tapajós, a cantora afroamazônica Priscila Castro, a quilombola Cleide do Arapemã, o tradicional Espanta Cão e o Dj Zek Picoteiro.

O público pode visitar uma feira de produtos da sociobiodiversidade de organizações e coletivos da região do Tapajós e do Arapiuns. A realização é do movimento Amazônia de Pé.

A grande novidade desta edição é a abertura com o rito do Sairé, manifestação religiosa e cultural do povo Borari, etnia indígena de Alter do Chão, e que completa em setembro 50 anos de realização.

De acordo com Zek Picoteiro, do Instituto Regatão da Amazônia, curador do festival, o evento é uma forma de exaltar a estética musical do interior da Amazônia, conectada pelos rios.

Virada Amazônia de Pé

O Festival integra a Virada Amazônia de Pé, uma grande mobilização nacional em alusão ao Dia da Amazônia, celebrado em 05 de setembro. A programação tem ações em todos os Estados, realizadas por grupos em defesa da Amazônia, como rodas de conversa, exibição de filmes, sarau cultural, apresentações artísticas e musicais.

A ideia é sensibilizar cada vez mais a população brasileira para a garantia dos direitos dos povos da Amazônia e a preservação do território, e ajudar ativistas e coletivos, em especial os da região amazônica, em sua mobilização por Justiça Climática, por exemplo.

Confira programação completa em todo o país no Link

Projeto de Lei de Iniciativa Popular

A mobilização tem um objetivo coletar 1,5 milhão de assinaturas de cidadãos brasileiros que possuam título de eleitor válido, requisito para protocolar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip).

Ele requer a destinação de 57 milhões de hectares de terras públicas não destinadas, ou seja, áreas da União que ainda não têm uma finalidade específica e são alvo de desmatamento acelerado e grilagem.

A proposta é que essas terras possam ser demarcadas como unidades de conservação (UCs), Terras Indígenas, Territórios Quilombolas ou destinadas às comunidades tradicionais – povos que verdadeiramente conservam a Amazônia.

Um projeto de iniciativa popular

O PL chegou à versão final e foi escrito num processo de construção conjunta com os principais atores do projeto, por meio de entidades representativas como Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Comitê Chico Mendes.

O festival terá tom de protesto contra a tese do Marco Temporal, aprovada na Câmara dos Deputados enquanto PL 490, em maio, e que agora tramita no Senado como PL 2.903/2023 (LINK)

Acesse cartilha que orienta como se mobilizar contra o Marco Temporal (LINK)

SERVIÇO

Festival Amazônia de Pé

Data: 02/09/2023 (sábado)

Hora: a partir das 17h

Local: Lago dos Botos (Território Borari, Aldeia Alter do Chão – Santarém – PA)

Entrada gratuita

Saiba mais em Link

PROGRAMAÇÃO

17h – Abertura: ritual do Sairé

18h – Espanta Cão

19h – Suraras do Tapajós

20h – Priscila Castro convida Cleide do Arapemã

21h – Boto Cor de Rosa, Boto Tucuxi, Guardiã Tribal Lane Lima (Tribo Munduruku) e Cunhã Poranga Marciele Albuquerque (Boi Caprichoso de Parintins)

22h – Dona Onete

23h30 – DJ Zek Picoteiro

00h – Encerramento

 

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