Festa Literária das Periferias na Bienal

Diretamente das favelas do Rio de Janeiro, a FLUP (Festa Literária das Periferias) vai descer os morros do Rio, e ir para o asfalto da Bienal do Livro. Serão três dias de feira que começa na quarta (04), e vai até sexta (06) diretamente da Arena #SEMFILTRO (Pavilhão verde do Riocentro).

Será o primeiro grande evento da Flup sem a presença de seu fundador, Écio Salles, que faleceu em julho, em decorrência de um câncer aos 50 anos de idade. Écio fundou a Flup junto com Julio Ludemir em 2012. Écio ajudou a dar visibilidade sociocultural as favelas do Rio de Janeiro, deixando um legado de cultura e resistência.

Na feira terá o “IV Slam Colegial Flup”, onde estudantes de várias escolas do ensino médio batalharão com seus próprios textos, nos três dias de feira. O vencedor será escolhido pelo público da Bienal. A competição promete ser boa, e agitar a arena nos três dias.

Gabriel Santos, 17, estuda no Colégio Estadual Amaro Cavalcanti no Largo do Machado, e estará no IV Colegial Slam da Flup (Foto: Arquivo Pessoal)

A FLUP (Festa Literária das Periferias), é um evento de literatura feito em diversas favelas do Rio desde 2012, que reúne diversos autores e poetas, e faz a integração entre artistas de favelas e artistas nacionais e estrangeiros, e na Bienal não será diferente. Vai gente de várias favelas nos três dias de Flup, a expectativa é muito grande, pois a favela vai estar na Bienal, e as pessoas poderão conhecer essa cultura, que não é tão divulgada pela grande mídia.

Essa feira vêm para mostrar que na favela há muitos artistas e muita gente boa, que se destaca pelos seus dons, seja escrevendo, cantando ou rimando. Na favela tem talento, e muito talento. E nessa Bienal que está tão diversificada e a Flup não poderia ficar de fora.

Para conhecer: O que é o slam?

Slam (palavra inglesa que significa “batida”) é uma competição de poesias feitas em muitos locais pelo mundo que começou nos anos 80 em Chicago, nos Estados Unidos. No Brasil, chegou em 2008 e  se popularizou em 2012 com a FLUP, que criou as competições nacionais nas suas feiras feitas nas comunidades do Rio de Janeiro, qualificando para o campeonato mundial. Diferente da poesia clássica que se lê nos livros, os slams são poesias faladas e feitas em público. Os slammers na maioria das recitações falam de seus cotidianos nas comunidades, e das batalhas do dia a dia. Em 2016 a Flup decidiu levar os slams as escolas públicas do estado, popularizando a arte e descobrindo novos talentos. Hoje os slams são muito populares no Rio de Janeiro, e tem tido bastante aceitação do público geral.