Falta de água nas favelas cariocas atrapalha na proteção contra o Covid-19

Favela Santa Marta, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Foto: Débora Costa e Silva

Painel do novo coronavírus realizado pelo Grupo Santa Marta, serve de alerta para as autoridades sobre o abastecimento de água nas favelas. O painel apresenta a média de resultados de quatro pesquisas feitas com os moradores da favela Santa Marta, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. O apanhado de informações indicou que mais da metade dos 1056 moradores, que responderam a pesquisa, ficaram sem água em um período de um a cinco dias.

As informações são mapeadas semanalmente em um formulário do Google e nelas os moradores respondem questões sobre o impacto do Covid-19 em suas vidas. Os dados referentes ao período do dia 29 de abril ao dia 22 de maio, refletem questões como: o uso de máscaras, a prática do isolamento social, pessoas próximas que foram infectadas pelo vírus e a higienização tanto pessoal quanto da localidade.

Na pesquisa mais de 50% dos moradores que responderam a pesquisa apresentaram os sintomas do Covid-19, mas apenas 20% procuraram os hospitais e centros de saúde. Os dados mais expressivos foram o da falta de água. Cerca de 55% dos 1056 moradores ficaram sem o abastecimento durante cinco dias, 20% durante dez dias e apenas 14% informaram não ter falta de água.

O não abastecimento de água dificulta a higienização pessoal recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sem esse direito básico, os moradores das favelas estão mais sujeitos e expostos aos riscos da contaminação.