Entre flores, fuzis, guerras e massacre

Na última semana mais um favelado foi morto pela polícia. Um garçom que teve seu guarda-chuva confundido com um fuzil e por isso abatido, segundo a versão dos policiais. A foto de sua carteira de trabalho ensanguentada é simbólica. Mostra que, entre outras coisas, na favela seja você trabalhador ou bandido estará sempre sob o iminente risco de um “tiro acidental” vindo de um policial o atingir.

A questão aqui é muito além de defender bandido, amigo, é expor como a morte de um determinado grupo da população é banalizada e naturalizada atrás de um discurso de “guerra as drogas”. Sim, vamos abordar esse tema novamente, porque dia após dia os fatos que demonstram que trata-se de uma farsa vão se acumulando.

Quando o tal discurso: “Mais você quer combater homens armados com flores?” é naturalizado cria-se o cenário perfeito para que mortes como a do Rodrigo sejam aceitas em prol de um “bem maior”. Permite uma polícia que primeiro atira e depois pergunta quem é, naturalmente, sem ser questionada, que mesmo errando de maneira constante em um mesmo lugar da cidade nada acontece e a vida segue.

Esse reducionismo entre flores e fuzis abre caminho para que ações como essas sejam aceitas, que mortes de gente pretas e/ou pobre sejam consideradas baixa de guerra.
Mas que guerra é essa? Guerra que só um lado atira? Só um lado pode ganhar? Isso não é guerra é massacre! É genocídio!