Empresários com sangue nas mãos

Boilesen, dono do Grupo Utragaz, apoiou a financiou a tortura - Reprodução

Segundo a Comissão Nacional da Verdade, durante a ditadura militar (1964 -1985), o presidente do Grupo Ultragaz, o dinamarquês Henning Albert Boilesen, participou ativamente da Operação Bandeirante (Oban), em 1969. Criada pelo Exército para reprimir suspeitos de participar da luta armada contra o estado, foi financiada por empresários filiados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Boilesen era responsável pela arrecadação de fundos para a ditadura e um entusiasta da tortura. Chegou a comprar nos Estados Unidos um instrumento que aplicava descargas elétricas crescentes, apelidado aqui de “pianola Boilesen”.

Dava cursos sobre a utilização do instrumento de tortura e participou de várias sessões. Consta que quando o empresário não tinha o que fazer à noite, visitava os porões para assistir ao suplício dos presos.

Da mesma forma, a Fiesp também foi a principal organizadora das manifestações para o impeachment da presidente Dilma Russeff, que seguia uma agenda a favor das camadas mais pobres da sociedade. Com o golpe institucional, assumiu a presidência seu vice, Michel Temer que deu espaço, com sua agenda reacionária e entreguista, à “onda bolsonarista”.

Em 2018, com discurso de ódio às minorias de direito, que são na verdade, maioria dos brasileiros, e com apelo à família tradicional, Jair Bolsonaro foi eleito à base de promessas de armar a população, matar os petistas, defender a polícia e seus grupos de extermínio, além de ameaçar de fechamento o Congresso e o Judiciário.

Neste 2020 que é o segundo ano de seu governo, em meio à pandemia do coronavírus, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, fala em nome da nação atacando o maior parceiro comercial do Brasil, acusando a China de ter criado o Covid-19. O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, protestou em nota oficial onde atribui as declarações do deputado a “coronavírus no cérebro”.

Assim, a Família Bolsonaro “reina” no país, enquanto os aliados pulam do barco, e parte do eleitorado começa a bater panelas. A situação do país se agrava com a pandemia, a Organização Mundial de Saúde recomenda a quarentena para evitar a superlotação dos hospitais e Jair Bolsonaro ignora e excita a população para que todos voltem às atividades normais, para a economia dos empresários não parar.

O sócio do apresentador de TV Luciano Huck, Junior Durski, do restaurante Madero, declarou: “As consequências que vamos ter economicamente no futuro vão ser muito maiores do que as pessoas que vão morrer agora com o coronavírus, vamos isolar os idosos e as pessoas com algum problema de saúde. É nossa obrigação fazer isso. Mas, não podemos parar por conta de 5 mil pessoas ou 7 mil pessoas que vão morrer.”                         

Outro empresário que apoia o governo  é o  “O Velho da Havan”, símbolo da nova extrema-direita, que despreza qualquer elegância ou etiqueta. Luciano Hang ganhou popularidade como maior incentivador da extrema-direita durante as eleições de 2018.

Segundo Hang, se o Brasil não fosse comunista existiriam milhares de bilionários no país. Também afirma que o aquecimento global não existe, e chegou a “denunciar” uma melancia por ser comunista!

Do jeito que as coisas andam, com empresariado no poder, assim como o presidente do Grupo Ultragaz no passado, logo outros empresários vão financiar torturadores para reprimir os descontentes com um nova ditadura militar-empresarial. Então, meu povo, tome cuidado com essa gente que nunca se preocupou com pobre.

No link, o filme “Cidadão Boilesen”, sobre o empresário torturador: https://youtu.be/9TrocKiappo