Elegemos o Terror

Ninguém, dentro da estrutura dos poderes Federal e Estadual, vai fazer absolutamente nada para impedir a matança nas favelas.

Ninguém. Não esperem nada.

Ou melhor, esperem o pior. Porque as ordens do Terror partirão destes poderes. Não que isso já não aconteça há anos. Mas quando temos um presidente cujo ídolo é um torturador e um governador ex-juiz que deseja viralizar a pena de morte, podemos aguardar o pior.

O menino Eduardo tomou um tiro de fuzil no peito, a menina Maria Eduarda tomou 3 tiros de fuzil dentro da escola, o menino Marcus Vinicius tomou um tiro indo para a escola. São muitos casos assim nos últimos anos. Nosso Estado mata crianças. E, em seguida, ignora suas mães.

A dor destas mães, e de tantas outras, não sensibilizou o novo governador. Durante a campanha, ele não disse uma palavra sobre a morte de crianças, nem sobre as escolas fechadas por conta de estúpidos e inúteis tiroteios, nem sobre as invasões de domicílios e outras agressões aos direitos dos moradores de favelas.

A única coisa que ele disse sobre favelas foi sobre a Rocinha, que ele nunca subiu, mas que, só de olhar, ele já “sabia que era ruim”…

A única promessa sua que envolvia as favelas foi a de posicionar Snipers para “mirar na cabecinha… e fogo!”. Palavras de um ex-juiz federal…

O novo Presidente então… nem precisa falar nada. O novo governador o toma como modelo de postura e visão de mundo.

Sem estes homens em cargos-chave da República, a coisa já andava ruim. Agora, um novo ciclo de terror se inicia, referendado e aplaudido no Palácio Guanabara e no Palácio do Planalto.

Nesta semana já tivemos uma pequena mostra do Terror. Uma operação policial durante toda a madrugada no Complexo da Maré. Uma operação com intensa troca de tiros, em uma área superpovoada, durante TODA A MADRUGADA! Puro Terror. Inútil Terror. 4 mortos. Escolas fechadas. A infinita guerrra sem resultados prossegue. Mesmice maldita.

Ninguém, dentro da estrutura dos poderes Federal e Estadual, vai fazer absolutamente nada para impedir a matança nas favelas. Mas e nós? E a sociedade civil? Precisamos reinventar as formas de luta para impedir o reinado incontestável do Terror.

A Sociedade Civil precisa se levantar para frear a sede sanguinária de nossos governantes, cujas armas estão apontadas para grande parte daqueles que os elegeram.