DJ Mohamed Malok e sua história pela Lapa

Foto: Reprodução/ Carlos Junior

Em 2021 o DJ Mohamed Malok se prepara para grandes lançamentos. Na pista desde os anos 1990, participou do principal cenário musical carioca da época. Integrou a banda Farofa Carioca que protagonizou nas paradas de sucesso da época, e que até hoje é lembrado por todos com muita saudade.

Cria do Estúdio Totem, em Santa Teresa, Zona Central do Rio de Janeiro, onde foi batizado de Mohamed Malok, viveu o auge dos anos 90. O sucesso da cena que surgia era tanto que a mídia a nomeou de MPC – Música Popular Carioca, uma espécie de Movimento Manguebeat do Rio de Janeiro.

Nesse tempo a internet era coisa do futuro e a música chegava a grande massa pelas ondas do rádio. Na sintonia AM, ficava, em geral os programas jornalísticos, e na FM tocava de tudo. Quem não se lembra da Rádio Cidade e a RPC?

Assim como no Manguebeat, havia espaço para todos os ritmos, principalmente os mixados com a música negra e urbana. A união entre os movimentos é simbolizada na parceria entre Chico Science e Marcelo D2, ídolos dessa geração que exaltou a luta contra o sistema capitalista e o empoderamento da cultura da favela como eixo da identidade musical fluminense e pernambucana.

Carreira de DJ

Nos anos 90, despontava a Farofa Carioca, com estilo variado devido a combinação de ritmos e apresentações em conceitos circenses e danças. Além da crítica social e combate ao racismo, como no caso da canção “A Carne”, composta por Seu Jorge, Marcelo Yuka e Ulisses Cappelletti, que chegou a ser regravada em 2002, por Elza Soares.

Além do Farofa Carioca, DJ Mohamend participou da banda Sequelândia, que foi uma verdadeira experimentação performática musical, com participação do DJ Sheik, munidialmente conhecido, hoje faz aparições no Programa do Ratinho.

Em São Januário, Romário em vida ganhou uma estátua e na Lapa, Mohamed é eternizado em vida com um grafite feito em sua homenagem pelo artista, Rafael Moreno – Foto: Arquivo Pessoal

DJ Mohamend Malok também faz parte dos “3 PRETOS”, desde 1998. É integrante da formação original junto com Shackal, Mysteryo, Damien Seth, Aori Anaga que em 2016 ganhou novo fôlego.

Em paralelo, Mohamed sempre manteve sua carreira de DJ solo, desde o fim dos anos 1990. Seu profissionalismo é registrado por um fotográfo oficial, Carlos Júnior que o registra nos eventos e ensaios.

Conhecido por todos na Lapa, DJ Mohamend Malok sempre aceita convites para tocar em eventos de amigos e conhecidos, aumentando cada vez mais sua rede de ação.

Também já dividiu o palco com jovens DJ’s como Mr. Oberdan da Original Black Sound System, que também fortalece a Radiola Leoa Dourada, uma iniciativa da MC Bebel Du Gueto e compõe o cenário cultural da Lapa. Todos são amigos e trabalham juntos nas produções que costumam virar tendência em todo país.

Ano novo e o que ele reserva

Considerado como mestre, Mohamend Malok, costuma contar suas vivências e mostrar que tudo é leve para quem tem asas. Na militância pela arte, já superou com inovação muitas crises, como o neo-liberarismo de Collor e FHC nos anos 90 e o golpe de 2016. Em 2020 superou o bolsonarismo e a pandemia da Covid-19, com o desleixo total do Governo Federal, que atingiu em cheio o setor da produção cultural brasileira.

Mas com a possibilidade de avanço com as vacinas em estudos e testes pelo mundo. Em 2021 DJ Mohamed Malok promete muitas novidades. “Tá de brincadeira? Vai ser punk! Mas tá pra sair um trabalho novo, já tem um teaser rolando. Esse ano vai ser pancada, mas vamos sobreviver e quem sabe até viver de verdade”, expressa.

Conheça mais um pouco da obra do DJ Mohamed Malok em seu Instagram e Facebook.

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