Depressão entre jovens: O mal da negligência da saúde mental

A juventude é uma fase marcada por questionamentos, descobertas e influências vindas de todos os setores da sociedade. O IBGE define como jovem a população entre 15 e 24 anos, idade em que novas situações surgem, além de pressões sociais relacionadas à idade adulta, um período que, para alguns, é difícil de lidar. Somados esses fatores a falta de preocupação da sociedade no que diz respeito a saúde mental, a depressão nessa fase da vida passa despercebida pela maioria das pessoas.

Atualmente, a depressão atinge um em cada cinco jovens entre 12 e 18 anos. Não existe uma única causa para o distúrbio, que no geral é causado por um somatório de fatores internos e externos, sendo estes a desregulação de hormônios controladores de emoções como a serotonina e até mesmo a dificuldade em lidar com a vida em sociedade, o que gera perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas ao jovem e isolamento social.

No meio cultural, as redes sociais podem ser consideradas uma grande fonte de depressão, considerando que as mesmas vendem uma forma padronizada de vida ideal e feliz. Redes como o Instagram e Facebook principalmente, considerando que as mesmas influenciam pessoas a publicarem suas vidas em tempo real e transmitem aos seus usuários a necessidade de mostrar que estão vivos, produzindo assim uma falsa noção de felicidade, que quando não adquirida pelo jovem geram o sentimento de falha, que por sua vez pode acarretar na depressão.

A depressão deve ser vista de forma séria em todas as suas etapas, pois interfere em todos os aspectos da vida do jovem, incluindo suas relações sociais e seu bem estar. Quando não tratada, nos casos mais graves pode levar ao suicídio, uma das maiores causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No entanto, a saúde mental, principalmente dos jovens é negligenciada na sociedade, de modo que, é gerada no inconsciente a obrigação de aparentar estar bem e saudável, dificultando o diagnóstico do distúrbio.

É preciso estarmos atentos aos jovens e adolescentes no nosso cotidiano e até mesmo dispostos a ser uma fonte de ajuda caso reconheçamos algum caso ou sintoma da depressão. Principalmente pais devem manter um bom diálogo com seus filhos e em casos onde os jovens não possuem um bom relacionamento dentro de casa, amigos devem aprender a reconhecer a depressão e agir da maneira adequada, se fazendo presentes e ouvindo as pessoas nessa situação.

Além disso, deve-se haver maior divulgação dos atendimentos psicológicos gratuitos fornecidos por algumas instituições para aqueles que não podem pagar pelo serviço, levando em conta que a ajuda profissional é de grande importância no tratamento da depressão e que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física e precisa ser tratada da maneira correta, com os medicamentos corretos. Assim, suicídios, casos de automutilação e de mal estar psicológico poderão ser evitados.