De quem é a culpa?

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O jogo de empurra dos gestores do Rio enquanto os moradores das favelas sofrem com o descaso.

Nem cuidando das pessoas e muito menos mudando o Rio. Autoridades ignoram e dão as
costas para moradores das favelas da Rocinha e Vidigal, afetados pelo forte temporal que caiu na cidade carioca.
Durante a campanha eleitoral das eleições de 2016, para a prefeitura do Rio, Marcelo Crivella prometeu “cuidar das pessoas” e não é o que não estamos vendo. Vemos um descaso total.
Dias passados, após o temporal, não houve nenhuma preocupação ligeira no estabelecimento dos serviços essenciais como abastecimentos de luz e água, deixando os moradores desolados.
Alimentos perdidos nas geladeiras, a falta de água potável para beber, casas interditadas tudo isso em meio caos de ocorrer novos temporais. Os próprios moradores das favelas, Rocinha e Vidigal, fizeram a limpeza das casas, das vias, tirando o entulho que se acumulou nas vielas e contaram com ajuda voluntária de igrejas e ONGs. Como sempre, a solidariedade das pessoas e de órgãos não ligados ao Governo salvando a população mais carente. E até quando veremos esses episódios trágicos nas favelas, por conta do abandono e do descaso das autoridades (in)competentes?
Quanto ao apoio e à assistência que deveriam dar às pessoas afetadas pelas fortes chuvas, o que se ouve são apenas falácias dos governantes e nenhuma solução para problemas que
sempre ocorrem. E mesmo com alertas dos meteorologistas para novos temporais parece que para o Governador e o Prefeito do Rio isso não é também prioridade. A impressão que passam é que ficam esperando por mais tragédias, por mais pessoas sendo levadas pelas enxurradas, mais vítimas com quedas de barreiras e barrancos sobre casas para depois irem para imprensa fazerem seus discursos emblemáticos, cheios de promessas que nunca são cumpridas.
Os moradores das favelas da Rocinha e Vidigal não merecem tanto descaso, afinal, são
eleitores também, da mesma forma que aqueles que vivem nos condomínios de luxo
próximos. Esses moradores de favelas também contribuem para fazer a economia da cidade e do estado girar.
O Prefeito e o Governador deveriam descer de seus palanques, trabalhar e fazer algo em
defesa daquelas famílias desassistidas. O estrago causado pelo temporal já ocorreu, famílias estão desabrigadas e o que elas querem e precisam não é de declarações com palavras de efeito para serem divulgadas nos jornais, mas sim, de assistência, de soluções eficazes para que possam retomar suas rotinas. Afinal, as contas também chegam para esses cidadãos e cidadãs, que são chefes de suas famílias. E as crianças precisam retornar à escola, pois o ano letivo já começou.

Matéria publicada no jornal A Voz da Favela edição de março de 2019

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Carla Regina
Sou estudante do último período da faculdade de Jornalismo, gosto muito de ler e de escrever. Me acho simpática, pelo menos é o que me dizem as pessoas quando me conhecem, mas creio que eu seja sim, pois adoro fazer novas amizades e conservar as antigas. Comunicativa, dinâmica e muito observadora, um tanto polêmica. Gosto muito de trabalhar em equipe, mas, dependendo da situação, a minha companhia para trabalhar também é ótima. Pois, na minha opinião, a solidão aguça a criatividade, fazendo com que a mente e os pensamentos fluam um pouco melhor. Comecei a trabalhar muito nova, ainda quando criança e já fiz muita coisa na vida, mas meu sonho sempre foi ser Jornalista e Historiadora, cheguei a ter muitas dúvidas de qual faculdade cursar primeiro, já que para mim as duas carreiras são maravilhosas. Então, resolvi entrar primeiro para o Jornalismo e no decorrer do curso percebi que cursar a faculdade de História não era só uma paixão, mas também uma necessidade para linha de jornalismo que que pretendo seguir. Como sou muito observadora e curiosa, as duas profissões têm muito a ver com minha pessoa. Amo escrever e de saber como tudo no mundo começou, até porque. tudo e todos tem um passado, tem uma história para ser contada.