Crônica: A velada intervenção federal na segurança pública de Salvador

No último domingo, 17, três veículos blindados  chegaram à Salvador transportados por um navio da Marinha do Brasil, durante a tarde do último domingo, dia 17. Eles serão empregados nas futuras operações da Polícia Federal nos bairros de Salvador.

Agentes da Polícia Federal do Rio de Janeiro estão a caminho de Salvador, Essas equipes reforçarão os esforços no combate às facções criminosas que têm causado tumultos no estado da Bahia, unindo-se ao Comando de Operações Táticas (COT), que já está em ação na cidade.

O Governo do estado da Bahia, nega publicamente a necessidade de apoio externo em relação ao combate ao crime organizado instalado na Bahia.

Mas, de modo sub-reptício, a famigerada intervenção federal na segurança pública do estado, já começou desde a semana passada, quando equipes de policiais federais, em parceria com a polícia militar baiana, iniciaram incursões em terreno, com foco no subúrbio, mais especificamente, no bairro da Valéria, com o intuito de desarticular a criminalidade há muito tempo instalada na localidade.

Esta ação inicial resultou em um desfecho trágico, com um policial federal morto e mais dois baleados, além de mais 04 traficantes mortos (número que já aumentou no decorrer dos dias).

O governo, já na estreia de seu mandato, se deparou com um aumento drástico das disputas territoriais entre facções rivais. Com especial atenção ao ocorrido no Calabar no início de setembro, com um número considerável de mortes e apreensão de dezenas de armamentos por parte da PM.

A Bahia conseguiu importar o que há de pior na sociedade carioca, sendo o local de aporte para lideranças do tráfico e intercâmbio criminal entre os dois estados.

Jerônimo não assumiu publicamente que a polícia baiana carece de preparo, inteligência e estratégia de combate ao crime organizado. Que na maioria das vezes, em suas incursões nas periferias os agentes da PM só sabem agir em termos de racismo, truculência e violência gratuita, sem distinção entre homens, mulheres, crianças, trabalhadores e bandidos.

O “modus-capitão-do- mato”, de caça brutal aos corpos negros segue sua linha histórica. Quando essa mesma polícia se depara com organização e poder bélico à altura, não possui o _know-how_ para o devido enfrentamento.

Foi preciso um federal tombar, para que essa realidade já sabida, se escancarasse abertamente à nível nacional. Os blindados e fardados da polícia federal chegaram na Roma negra, sedentos por sangue. Serão dias sombrios para os moradores de periferia em Salvador.

Autocuidado e prevenção é a tônica atual, afinal, _quem boa romaria faz, em sua casa está em paz.