Criptofunk promove debates e oficinas sobre tecnologia, funk, liberdade de expressão e direitos humanos, na Maré

Deize Tigrona_ DJ Renan Valle e Raul Santiago na conversa sobre criminalização do funk Foto de Amarevê_Suzane
Evento- festa que acontece nos dias 11 e 12 de novembro tem entrada franca
Deize Tigrona, DJ Renan Valle e Raul Santiago na conversa sobre criminalização do funk. Foto de Amarevê_Suzane

Nos dias 11 e 12 de novembro, na Maré, a quarta edição da Criptofunk. O evento-festa, que volta ao formato presencial este ano, é desenvolvido por organizações sociais como data_labe em parceria com Olabi, Observatório de Favelas e Intervozes. Durante os dois dias, a Criptofunk pretende reunir artistas, ativistas, pesquisadores e pessoas interessadas nos debates sobre tecnologia, funk, corpo e suas conexões com a liberdade de expressão e questões de gênero, raça, direitos humanos e bem viver, inspirada no movimento global das Criptofestas.

O evento acontece simultaneamente em dois espaços culturais vizinhos da Nova Holanda, no Conjunto de Favelas da Maré: o Galpão Bela Maré e o Centro de Artes da Maré.

De acordo com os organizadores, este ano a programação da Criptofunk sobre o tema “DESACELERA” é um convite a repensar nossa relação com o corpo e as tecnologias a partir de outras temporalidades. Honrando o passado, fincando os pés no presente e planejando o futuro.

A sociedade que a gente vive é muito marcada pela aceleração da vida, do tempo, e as tecnologias têm um papel crucial nessa percepção. A sensação de que estamos sempre atrasades com algo, correndo atrás de alguma coisa, não deve ser naturalizada. Precisamos nos perguntar a quem interessa essa aceleração da vida? As tecnologias podem ser usadas para promover o bem-viver? Como podemos nos apropriar das tecnologias para combater as desigualdades sociais, o racismo, o machismo e a lgbtfobia? Essas são algumas das questões que permeiam a Criptofunk deste ano”, afirma Gyssele Mendes, coordenadora executiva do Intervozes e uma das organizadoras do evento.

Durante os dois dias de evento, a exposição SUPERFICIESEXPOSITIVAS, que reúne obras de artistas locais, ficará disponível para visitação do público presente.  dos debates, das oficinas temáticas, atividades educativas e a tradicional festa, a Criptofunk contará também com o Espaço Kids, dedicado a atividades recreativas e educativas voltadas para o público infantil.

No sábado, dia 12, a Criptofesta encerra o evento e terá na programação show de Mc Naninha, DJ Renan Valle, DJ Ramenes e Preta QueenB Rull, no Centro de Artes da Maré.

Sobre a Criptofunk:

Inspirada no movimento global das Criptofestas sob o lema “Criptografe dados, descriptografe o corpo”, a Criptofunk busca promover a autonomia e a liberdade das pessoas frente à influência das tecnologias em suas vidas. Em um mundo em que a internet ganha cada vez mais centralidade no cotidiano de grande parte da população, as discussões sobre liberdade de expressão, privacidade na internet, algoritmos, direitos humanos e cuidados integrais (físicos, digitais e psicossociais) se tornam cada vez mais urgentes. Este ano o evento está em sua quarta edição e acontece de forma presencial em dois espaços culturais na Favela da Maré.

Programação:

11 de novembro – Sexta-feira

 Durante todo o evento

superficiesexpositivas

Felipe Bacelar – A proposta é um processo de curadoria de exposição artística multilinguagem, com e para artistas locais que fazem e usam de seus processos artísticos como forma de expressar suas emoções, sua história e sua cultura.

16h às 17h: 

Oficina “Fazendo funk com programação”

Diego Dukão e Thaís Viana

Palestra/oficina mão na massa sobre FoxDot, tecnologia feita com a linguagem Python para fazer música com programação. Nessa atividade, será ensinado o básico necessário para começar a fazer suas próprias músicas com FoxDot, com foco total no Funk carioca.

Lançamento do livro “Vem ni mim que eu sou passinho”

Hugo Oliveira – A atividade consiste no lançamento do livro “Vem Ni Mim Que Eu Sou Passinho: a dança passinho foda na confluência entre redes sociais, arte e cidade”, de Hugo Oliveira. O livro é fruto da sua dissertação de mestrado defendida na Universidade Federal Fluminense (UFF).

16h às 18h :

Roda de conversa “Racismo, ancestralidade e resistência na Maré”

Victoria Oliveira (CocôZap) – O racismo ambiental, estrutural e institucional atravessam diariamente a vida de moradores da Maré e apagam outros saberes. Partindo disso, será realizada uma roda de conversa a partir da ancestralidade de dois mais velhos da Maré, que por meio das tecnologias e conhecimentos cultivam maneiras de resistência no território.

17h às 18h30 – Oficina “Livres, em segurança e em comunidade: pensando a liberdade de expressão na Internet”

Laura Pereira (Instituto Vero) – A proposta consiste em uma oficina transversal para tratar do tema que nem sempre é considerado como central: o exercício pleno e seguro da liberdade de expressão na internet. O objetivo é ter um espaço propositivo e diverso para a construção colaborativa dos distintos e ramificados eixos de análise e experiência.

Oficina “Como educar em privacidade, segurança, desinformação e bem-estar digital”

Beatriz Peixoto, Geraldo Barros, Isabela Gonçalves e R. Ramires (Casa Hacker) – Nesta oficina, voltada para educadores, a ideia é aprender a organizar os recursos didáticos, educar e orientar em privacidade, segurança, desinformação e bem-estar digital usando os recursos Data Detox, The Glass Room e What The Future Wants. Ao final, todos os materiais e recursos de facilitação serão disponibilizados para serem replicados.

19h às 20h  – Sessão-chave: Quem faz?

data_labe, Intervozes, Observatório de Favelas e Olabi

Nesta sessão, vamos apresentar as organizações que estão por trás da Criptofunk e discutir o cenário dos direitos digitais a partir da perspectiva de cada uma delas.

20h às 22h – Encerramento_ Hora feliz

 12 de novembro- Sábado

 Durante todo o evento

superficiesexpositivas

Felipe Bacelar  – A proposta é um processo de curadoria de exposição artística multilinguagem, com e para artistas locais que fazem e usam de seus processos artísticos como forma de expressar suas emoções, sua história e sua cultura.

10h às11h

Aulão “Sarra Yoga”

Tainá Antonio – A intenção é apresentar as confluências entre a filosofia do yoga e a existência do corpo negro, até que possamos experienciar na prática e por meio de uma dança tão preta como o funk, um pouco da energia vital que carregamos conosco. Obs: usar roupas confortáveis e trazer um tapete/toalha para a prática!

10hàs 12h

CriptoKids: criptografia para crianças (Espaço Kids)

Evelyn Gomes e Gustavo Alencar (LabHacker) – Através de metodologias voltadas para crianças a partir de 5 anos de idade, a oficina terá como objetivo ensinar criptografia básica, com atividades de decodificação e brinquedos.

11 às 12h30

Sessão-chave: O presente é ancestral

Com Dandara Rudsan, Jera Guarani e Rafael “Bantu” Gomes. Mediação: Sil Bahia (Olabi) –  Numa sociedade extremamente acelerada, em parte pelo advento das tecnologias, é possível desacelerar? Existe uma forma “saudável” de se fazer isso? O que podemos aprender com a ancestralidade e como ela está presente no âmbito das tecnologias? Essas são algumas das questões que vão balizar a nossa discussão.

12h30 às 14h

Almoço

14h às 15h

Oficina “Hackeando o marketing digital e o algoritmo das redes sociais para promover os direitos humanos”

Ana Paula Godoi Medrado – Oficina de redes sociais com o objetivo de ensinar como usar os algoritmos e as linguagens das redes sociais para o melhor uso das técnicas de comunicação e difusão da mensagem. O foco das redes sociais abordadas será Instagram e Twitter.

Oficina “Como combater enchentes: depois e antes”

Fabricia Sterce, Juliana Coutinho e Lennon Medeiros (Visão Coop) – Nesta oficina vamos aprender as estratégias do Núcleo de Defesa Ambiental para mapear bairros vulneráveis a enchentes e deslizamentos, mobilizar o socorro para famílias em situação de emergência, articular políticas públicas para a adaptação de territórios e resiliência às mudanças climáticas – através da organização de voluntários e a integração de tecnologias digitais gratuitas.

Roda de conversa “Sob os olhos da coruja: uma conversa sobre cuidados digitais”

Zeilane Fernandes (Instituto Nupef) – Baseada nos exercícios de reflexões propostos pelo projeto Caburé, teremos uma conversa sobre cuidados digitais como um convite à desaceleração. A ideia é entender o que gostaríamos de proteger e sobre o que estamos nos protegendo, revisitando o que já foi feito para assim adotarmos os cuidados mais adequados.

14h às 15h30

Pipas Lab: oficina de tecnologia criativa (Espaço Kids)

Claudia Bernett, Eder Ferreira, Edlene Conrado e Flavia Costa (Pipas Labs) – A proposta é uma oficina de tecnologia criativa para crianças e adolescentes a partir de 12 anos de idade. Es participantes vão receber o Kit Guitarra Falante e vão construir uma guitarra de caixa que é física e digital e que através da tecnologia gera qualquer som, sem limites!

15h às 16h

Workshop “Acessibilidade Digital”

Isadora Machado – Após a exposição da legislação brasileira e conceitos em torno da acessibilidade web, teremos uma atividade prática ensinando como fazer uma divulgação acessível dos produtos culturais nas redes sociais, sites e arquivos PDF seguindo as orientações e boas práticas de acessibilidade.

Roda de conversa “Tecnopolíticas e coleta excessiva de dados na saúde”

Joyce Souza – A atividade discutirá as implicações sociais e econômicas da coleta excessiva de dados na área da saúde pública e privada.

 Oficina “Cuidados integrais para pedestres da Internet”

Lucs  – Oficina para ensinar proteções básicas contra os tipos de ameaça mais comuns na internet, sem necessidade de instalação de novos aplicativos.

15h30-17h

Cinelab Kids (Espaço Kids)

Andressa Hygino –  A oficina irá oferecer uma experiência de contato com o audiovisual para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, a partir do uso dos equipamentos básicos de filmagem. Vamos juntes brincar de compor imagens!

16h-17h

Oficina “Prazer é de corpo inteiro”

Maria Chantal –  A oficina é um projeto para ajudar mulheres a mapearem seu prazer e perceberem o prazer através dos seus sentidos, com uma parte teórica e outra com exercícios práticos.

Debate “A evolução dos mecanismos de rastreamento e vigilância intrusivos em clientes web”

Rodolfo Avelino – A atividade fará um breve levantamento histórico sobre o surgimento e a evolução dos mecanismos de rastreamento e de vigilância intrusivos em navegadores Web atualmente, utilizados na navegação entre páginas na Internet. Também vamos analisar as características dos principais mecanismos de rastreamento de comportamento online intrusivos.

Oficina “Tecnoautoritarismo: diálogos e resistência”

Horrara Moreira (DataPrivacy) – Nesta oficina, participantes serão convidades a refletirem sobre o uso autoritário de tecnologias pelo governo para vigiar a população, ameaçando direitos e liberdades fundamentais. A ideia é que a oficina tenha um formato lúdico, através da produção de narrativas coletivas sobre a compreensão deste fenômeno.

17h às 18h

Oficina “Comunicação inclusiva e acessibilidade: possibilidades para ativistas e criadores de conteúdo”

Dhiego Monteiro e Le Abdul – Nesta atividade, trataremos do tema “comunicação inclusiva no digital”, voltada para criadores de conteúdo e outres usuáries de redes sociais e internet. Serão abordados tópicos como a importância da comunicação inclusiva, a linguagem inclusiva para pessoas LGBTQIAP+, linguagem respeitosa, linguagem inclusiva para pessoas com deficiência, entre outros.

Oficina “Maculelê” (Espaço Kids)

Juntos na missão –  Nossa proposta é através da capoeira e suas vertentes trazer o conhecimento sobre nossos corpos e frisar a importância do cuidado com a saúde física, além do contato com nossa ancestralidade e a busca pela conexão com nossas raízes.

18h-19h

Sessão-chave: “Estude o Funk”

Taísa Machado – Nesta sessão será apresentado o trabalho que vem sendo feito pelo projeto Estude o Funk, um programa de aceleração artística que tem o objetivo de fomentar a cultura do funk carioca e a profissionalização de artistas da nova cena musical.

 19h-20h

Oficina “Passinho carioca”

Thiago de Paula (Cia Passinho Carioca) – A Oficina Passinho Carioca tem como objetivo levar ao público em geral as bases que embalam esse movimento de dança, genuinamente carioca. A ideia é apresentar os termos e técnicas desenvolvidas até os dias atuais. Termos como Sabará, Cruzada e Embolada serão abordados durante a oficina.

20h

Criptofesta – Mostra Maré de Música

Serviço:

Criptofunk

11 de novembro – a partir de 16h

12 de novembro de 2022 –  a partir de 10h

Locais:

Galpão Bela Maré – Rua Bitencourt Sampaio, 169 – Maré

Centro de Artes da Maré – Rua Bitencourt Sampaio, 181 – Maré

 Entrada Franca