Criarte, unindo pais e filhos nessa quarentena

Gláucia e Marcelo - Divulgação

Depois que o celular criou vários meios de entretenimento, as crianças deixaram de brincar de bolinha de gude, jogos de botão, de tabuleiro e até as bonecas populares que tinham vários acessórios. Elas preferem assistir aos Youtubers famosos, baixar jogos de luta, aplicativos de fazer vídeos caseiros dentre outras coisas. Alguns pais aprovam, as crianças deixam de ser hiperativas quando estão se entretendo dessa forma.

Mas para a pedagoga Gláucia Leão, 49 anos, a valorização da infância e sua cultura é importante para o desenvolvimento da criança. Ela tem especialização em gestão escolar e educação infantil e foi vendo essa fixação por telas de tablets e celulares, que ela e seu namorado Marcelo Soares, fundaram a Criarte.

“A Criarte surgiu como uma expressão de uma paixão arrebatadora pela educação. A gente busca valorizar e respeitar a infância e a cultura, levando oficina de brincadeiras, com brinquedos populares, confecção de bonequinhas de pano, encontro entre educadores, ações sociais. E sempre levando muito encantamento, e com o envolvimento muito grande de todas as faixas etárias”, diz Glaucia.

Brincar, segundo a pedagoga, é importantíssimo para as crianças porque é através da brincadeira que ela constrói a sua compreensão do mundo. Este é um aspecto que deixa muito a desejar em época de telas ligadas e pais extremamente ocupados com seus trabalhos e problemas cotidianos.

Através das suas atividades, a Criarte resgata a vivência da brincadeira para as crianças e, para os pais, a memória de tempos onde tudo era mais simples e lúdico.

“A gente tenta resgatar no adulto também aquele sujeito brincante. Quando juntamos pais e filhos nas atividades com materiais simples que costumam ter em casa, como retalhos, lãs, botões, linhas, a gente consegue caminhar na contra-mão do consumo e mostra pras crianças que as coisas podem ser feitas por elas”.

O molde dos bonecos são construídos em quatro cores, para mostrar à criança as diferenças e ensinar que todos são importantes, não importa a cor.

Seu namorado Marcelo Soares, é professor de educação física e já trabalhava com recreação antes desse projeto com a Gláucia. A proposta dele sempre foi levar às festas um pouco do cotidiano escolar, como expressão corporal, musical e recreativa. No projeto da oficina de bonecos , Marcelo vê a oportunidade de as crianças desenvolverem sua coordenação motora e um momento mais calmo e lúdico dentro das atividades.

Com o isolamento da pandemia do Covid19, Marcelo e Gláucia colocam conteúdos em suas redes sociais estimulando várias brincadeiras, para unir ainda mais pais e filhos nesses dias difíceis. Eles também admitem, que a tecnologia nesse momento pode ajudar, e estão preparando lives futuras, pra oficina de histórias, brincadeiras cantadas e atividades em família.

Por fim, Glaúcia fala o que ela espera do futuro dessas crianças de hoje:

“Que as crianças possam experimentar e vivenciar oportunidades, que vão construir para o seu desenvolvimento integral. E que cada vez mais existem iniciativas que possibilitem as crianças construir o seu próprio conhecimento e ter a cultura da infância valorizada”.

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