Cortes de Favela: Paulo Henrique, o barbeiro que faz a cabeça da galera

Paulo Henrique, 25 anos, morador do bairro Nova Pampulha, em Vespasiano, região metropolitana de Belo Horizonte. Ele iniciou na carreira há 7 anos, após um curso na Ong na região de Venda Nova. Em 2020, ele viu na crise da pandemia da Covid-19 uma oportunidade para expandir no mercado da beleza e inaugurou a própria “Barbearia Cortes de Favela”. No mesmo período, aproveitou o crescimento das divulgações em redes sociais e se tornou digital influencer publicando o próprio negócio. Atualmente ele tem mais de 200 mil seguidores que aumentam diariamente.

Apesar de relatar as dificuldades comuns de quem mora na favela, Paulo tem orgulho de sua trajetória. “Pra mim favela significa origem. Eu fui crescido e nascido aqui, tenho muitas amizades mesmo de quando eu nem era barbeiro”, conta. Ele iniciou a
caminhada profissional trabalhando com carteira assinada. “A CLT não ia proporcionar o que eu queria. Foi onde que eu conheci a barbearia que mudou a minha vida e hoje eu sou grato a isso”, diz o jovem.

Paulo é o único barbeiro da família até o momento. E diz que chegar até o empreendedorismo não foi tarefa fácil. “O fato de todo mundo ter uma vida difícil, às vezes você compartilha com alguém seus sonhos e ele não consegue te dar uma palavra
positiva”, explica Paulo. Em contrapartida, tiveram amigos, familiares e clientes que o apoiaram e ele reconhece que isso foi fundamental para que ele acreditasse no próprio negócio. “Mesmo sendo na favela, com todas as dificuldades, tinha um grande potencial devido a um grande fluxo de pessoas”, completa.

Com todo o sucesso que faz na comunidade, Paulo frisa a importância de ser respeitado também fora dali. Ele recorda que antes das redes sociais era difícil ter visibilidade e mostrar o trabalho por estar com o talento escondido. “A gente ficava sendo visto como uma coisa ruim, negativa. Hoje a gente tá aí pra dar um tapa na cara da sociedade,
mostrar que a gente também pode”, afirma.

O jovem reflete sobre as dificuldades, falta de oportunidade e a interferência disso nas escolhas de quem vive nas favelas. “E eu fico muito feliz em poder mostrar esse outro

lado da comunidade que também tem grandes exemplos de empreendedores que trabalham com muita honestidade”, fala o empreendedor.

O vencer é a gente ser visto. Diz Paulo que está no fundo e seus clientes em destaque. Créditos – Divulgação.