Cores e luta: Recife celebra a 18ª Parada da Diversidade em Pernambuco

Cores e luta: Recife celebra a 18ª Parada da Diversidade em Pernambuco

“Ontem, Hoje e Sempre. Resistir para libertar” foi o tema escolhido para a 18ª Parada da Diversidade de Pernambuco, que acontece neste domingo (15) na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

O desfile que há anos leva cores, pessoas de diferentes orientações sexuais, famílias, música e ampla diversidade de temas em suas edições, este ano homenageia a transexual Bárbara Finsking. Estilista, coreógrafa, atriz transformista e funcionária pública há 30 anos, virou o símbolo da Parada da Diversidade que acontece desde 2002 no estado de Pernambuco.

Cores e luta: Recife celebra a 18ª Parada da Diversidade em Pernambuco
Cores e luta: Recife celebra a 18ª Parada da Diversidade em Pernambuco. Imagem: arquivo Fórum LGBT de Pernambuco. – 2019.

Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, no Brasil a cada 20 horas um LGBT morre vítima de LGBTfobia. Em 2018 gays, lésbicas, bissexuais e transexuais (LGBT+), morreram vítimas de homolesbotransfobia. Apesar dos dados ainda serem altos, comparado ao ano de 2017 onde os números chegaram a 445, houve uma redução de 6% dessas mortes.  A média anual registrou 320 homicídios e 100 suicídios. Além disso, o Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais, segundo a ONG Transgender Europe.

A luta contra retrocessos no país não só une a população LGBTQI+. Qualquer pessoa está convidada a participar e entender a importância desse movimento, para que assim, índices de crimes de homofobia e violência contra essa minoria tendam a cair cada vez mais.

Precisamos de mais de políticas públicas que invistam na inserção dessas pessoas em todas as áreas de convívio da sociedade, principalmente na educação e mercado de trabalho. “A Parada é um ato político de visibilizar sujeitos/as LGBTs e pontuar as suas reivindicações. Este é o momento de ficarmos juntos/as mães, irmãos, pais, filhos, parentes, e somar com os outros movimentos como o feminista, negro, da juventude, sem-terra, sindical, ambiental etc. Resistir para existir!”, diz Rivânia Rodrigues, da coordenação colegiada do Fórum LGBT de Pernambuco.

Os organizadores do evento estão contando com a participação de 500 mil pessoas no desfile deste domingo. Com programação que se dividem entre palco e trios elétricos, a comemoração terá inicio às 09 horas da manhã.

A concentração será no parque Dona Lindu, em Boa Viagem, zona sul de Recife. Atrações como Gabi do Carmo e Amigas do Brega darão o pontapé inicial para que trios arrastem a multidão durante toda a tarde pelas ruas de Boa Viagem.

Bem mais que uma festa

Para pessoas LGBTs o movimento é necessário para mostrar a importância da diversidade sexual que existe no mundo inteiro. Pessoas são diferentes umas das outras, possuem gostos diferentes e não devem ser julgadas por suas escolhas sexuais.

Poliana Simões. Créditos: Arquivo pessoal.

“Eu acredito que a Parada da Diversidade é de extrema importância por expor uma temática que ainda é um tabu na sociedade. Além disso, é dentro dessa celebração que podemos reunir as famílias e mostrar que os altos índices de assassinatos aos LGBT’s não vai parar a luta da comunidade.

Vejo como um dia de celebração. Celebrar as lutas já vividas e as conquistas realizadas. Um dia de união. Amo participar. Já fui em 2. Não sei se irei este ano, por questão de agenda. Mas é algo fora do normal. A alegria que existe durante as horas de comemoração são incríveis. ”  Poliana Simões, 24, estudande univesitária.

 

Thales Ramom. Créditos: Arquivo pessoal.

“Eu vejo como um movimento de resistência, onde naquele dia todos lutam por ser quem são: gays, lésbicas, transexuais e etc. Já fui 4 vezes e adoro participar”. Thales Ramom, 22, estudante universitário.

 

 

Glauber Stringlini. Créditos: Arquivo pessoal.

“A Parada é o momento de visibilidade política, de celebração do orgulho de ser LGBT. É, portanto, uma estratégia de luta do Fórum LGBT-PE, a partir da qual promovemos visibilidade, como estratégia de fortalecimento de ações no enfrentamento da homofobia e de promoção da livre expressão da sexualidade.
Em meio a tantos retrocessos, nas políticas LGBTs e de Direitos Humanos por conta dessa onda conservadora que esta na gestão. Ocupar as ruas se faz bastante necessário”. Glauber Stringlini, secretário executivo do Fórum LGBT de Pernambuco.