Aconteceu no dia 20 de novembro, na capital baiana, a “40ª Grande Marcha da Consciência Negra Zumbi – Dandara dos Palmares”. A concentração foi no Campo Grande, Centro de Salvador, a partir das 14h.
Segundo a Lei Federal nº 12.519/2011, “a data faz referência ao dia do falecimento do líder negro Zumbi dos Palmares, eleito pelo movimento negro brasileiro como símbolo da luta e resistência da comunidade negra”. Neste ano o jornalista americano Mumia Abu-Jamal também foi homenageado.
A organização da Marcha é representada pela rede/articulação da Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) e pela Coalizão XL Marcha da Consciência Negra. O movimento tem como proposta de “despertar na população negra consciência cidadã, quanto à melhoria da qualidade de vida,garantia e defesa dos direitos fundamentais”. A Marcha também é contra o racismo e extermínio da juventude negra.
A Marcha “é um momento de contribuição e autoafirmação da identidade étnico e racial por meio das vestimentas, dos toques dos instrumentos e cantos afro, onde simbolizam o apoderamento da população negra”, comentou o bacharel em Direito e Técnico em Oficina, Edmilson Santiago, 53 anos, morador da Santa Cruz, em Salvador.
A capital baiana foi a primeira cidade a realizar marcha desta natureza no Brasil, contudo, a cada ano vem surgindo outras manifestações semelhantes, tanto no interior da Bahia quanto nos demais estados brasileiros.
“A Marcha da Consciência Negra tem sido importante por promover a valorização da comunidade negra através da música, tambores, composições afro e a luta pela igualdade racial”, disse o compositor e diretor do Bloco Carnavalesco Phillosofia do Reggae, Gerson Santos (Legel), 55 anos, morador da Região do Nordeste de Amaralina.
A proclamação da Década Internacional de Afrodescendentes pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (2015-2024) por meio da Resolução nº 68/237 de 2013, com o tema: “Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”, teve adesão do executivo baiano pela Década Estadual Afrodescendente, através do Decreto Estadual nº 16.320/2015, marcam os desafios da marcha e da sociedade para promover o respeito e a proteção dos direitos humanos, assim como o compromisso e obrigação do estado brasileiro em concretizar políticas públicas afirmativas.
Em setembro deste ano foi realizado, no Centro Histórico de Salvador, o “Show Consciência Negra em Homenagem ao Herói Zumbi e à Heroína Dandara”, onde se reuniram importantes expoentes da música baiana, Margareth Menezes, Juliana Ribeiro, Roberto Mendes, Tonho Matéria, Banda Atabasabar e convidados.
* Matéria publicada no Jornal A Voz da Favela, edição de novembro 2019
