Começa II Encontro Latino Americano de Comunicação Comunitária

O II Encontro Latino Americano de Comunicação Comunitária, o (ELACC) teve a sua abertura ontem, 2 de fevereiro, e está acontecendo dentro da agenda da 13ª Bienal da UNE – Festival dos Estudantes. O local é a Fundição Progresso, no bairro da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro.

O início dos debates se deu com uma mesa de abertura, no espaço Atmosfera, com a mediação de André Fernandes, jornalista, diretor e fundador da Agência de Notícias das Favelas (ANF). A roda foi transmitida ao vivo pelas redes sociais da ANF e o tema discutido foi Mídia e Democracia na América Latina. Os outros palestrantes convidados foram Mario Rodriguez (Bolívia), Eduardo Balán (Argentina), Talles Lopes (Mídia Ninja/Brasil) e Dani Araujo (Ponto de Cultura Bem TV – Brasil).

Temas debatidos

Os convidados enfatizaram a importância da democracia após tempos sombrios na política brasileira. André Fernandes encerrou a roda dizendo que “sem democracia não há comunicação comunitária”. Na introdução de sua mediação, ele denunciou a censura sofrida pela ANF e por outros projetos sociais e ONGs durante o governo Bolsonaro (2019-2022), que impossibilitou, segundo ele, que o evento que está ocorrendo agora, tivesse acontecido antes.

Os palestrantes discorreram sobre a necessidade do respeito à democracia em diversas perspectivas, levando à tona as especificidades de cada território de onde vieram. Mario Rodrigues falou sobre a disputa da direita pelo conceito de democracia e do papel da comunicação comunitária no combate a esse processo. Ele levantou a relação da comunicação com a cultura e a educação, que logo foi retomado pelos outros convidados.

Dani Araújo exemplificou como os projetos sociais dos quais é membra constroem na prática os laços entre educação e comunicação, usando tecnologias como WhatsApp para realizar o trabalho de educação popular. A seu ver, a comunicação é um direito, através do qual se conquistam outros direitos, ferramentas de defesa em um cenário como o atual. Ela citou o caso das escolas brasileiras que não possuíam acesso a internet na pandemia e como essa falta impediu a garantia à educação. 

Talles Lopes falou sobre o histórico de atuação da Mídia Ninja no âmbito da cultura e de como isso ajudou a impulsionar a comunicação do coletivo do qual faz parte. Ele narrou o histórico brasileiro durante o governo Bolsonaro e a resistência dos meios de comunicação contra hegemônicos. O ativista fechou sua contribuição citando os avanços já notáveis do atual governo Lula.

Debates continuam

A mesa de abertura deu início a grandes debates, que se estenderão pelos próximos dias, com falas de importantes nomes para a comunicação comunitária, em uma diversidade de comunidades, países e pessoas presentes.

Além das palestras, há atrações culturais durante o evento. A ANF está presente na feira literária da Bienal da UNE lançando o livro Novos rumos da comunicação comunitária no Brasil e, nos fins de tarde, há apresentações musicais. Confira a programação para assistir às próximas rodas e participar das festividades.

Confira a programação da Bienal da UNE aqui

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