Chef Edson Leite fala sobre a Gastronomia Periférica

A história de Edson Leite começa entre Osasco, Região Metropolitana de São Paulo, e Jardim São Luiz, periferia da capital. Em 2006, quando tinha 23 anos, diante das dificuldades, decidiu sair do Brasil para Portugal. Em Lisboa, depois de trabalhar lavando louça e limpando mesas, teve uma oportunidade na cozinha, e então não saiu mais, e assim se tornou subchefe e depois chefe.

Depois de sete anos, retorna ao Brasil e cria, em 2012, a Gastronomia Periférica, como uma oficina. Em 2018, transforma a iniciativa em escola e negócio social, com a sócia Adélia Rodrigues.

Desde então, são mais 1.000 alunos formados e inúmeras premiações. Em 2022, além da Gastronomia Periférica como finalista no Prêmio Folha de Empreendedorismo Social, o chef Edson Leite foi o único brasileiro a figurar na lista de 10 finalistas da oitava edição do Basque Culinary Word Prize (BCCP).

Esse prêmio foi criado pelo Centro Culinário Basco e pelo Governo do País Basco. O chefe também recebeu menção honrosa ao trabalho da GP em capacitar jovens da quebrada para trabalhar na Gastronomia.

Ele conversou com a ANF sobre sua trajetória empreendedora.

ANF:  Por que você criou a Gastronomia Periférica? 

Edson Leite: Porque criei a Gastronomia Periférica é o título do meu livro, era uma das perguntas que vinha sempre dentro das conversas ou com as ideias com os meus amigos dentro da quebrada em 2012, quando eu volto para o Brasil e olho um cenário igual de quando eu saí, né? Era necessário fazer algo e eu não sabia o que era. Então, a resposta do porquê criei a Gastronomia Periférica só vem, real, depois de que ela se consolida e vira um negócio social, vira uma escola de gastronomia. Porque eu queria mudar a realidade das pessoas e do lugar de onde eu saí e de onde eu vim. Isso vai se tornando cada vez maior porque periferias têm em todo o Brasil, em todo mundo, e histórias que também são parecidas com a minha, as pessoas se identificam e a gastronomia passa a ser uma ferramenta de transformação.

De que forma essa iniciativa impacta na vida das pessoas que participam? 

A Gastronomia Periférica são várias camadas de pessoas, de participação, desde mim, que cria em 2012, não sabendo o que ia virar em 2017, quando eu conheci a Adélia, minha sócia hoje. A gente transforma aquele modelo em uma escola de gastronomia, depois em um negócio social. Então, isso é uma transformação real da cabeça de duas pessoas que pensavam apenas num trabalho CLT. Depois, a transformação de quem vem trabalhar com a gente e começa a entender que há outras formas de trabalho e outras maneiras de se ter dinheiro, do que uma CLT, em cima de uma moto, num balcão, caixa ou telemarketing. E aí, começa uma outra transformação, inclusive na família para entender, o que é isso, o que se faz etc. E o feedback de todas essas pessoas que passaram pela gastronomia periférica, seja trabalhando ou nas formações, é justamente o quanto a GP muda a vida dela, da família e do lugar onde elas estão. Porque coloca uma reflexão muito mais profunda que a formação em gastronomia

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