Cervejaria retira “Cafuza” de circulação sob acusação de racismo

Cafuza escravizada no rotulo de cerveja. - Foto da internet

A cervejaria Dogma, de São Paulo, foi um dos assuntos mais comentados na manhã de hoje, 26, no Twitter., por causa da exposição da imagem de uma mulher negra escravizada na embalagem da cerveja “Cafuza”. Após a repercussão, a cervejaria anunciou a retirada de circulação da cerveja.

No site de compras “Hoppi”, a descrição do produto é feita através do significado da palavra “cafuzo”, segundo o dicionário “indivíduos gerados a partir da miscigenação entre índios e negros africanos”. O texto diz: “A Cafuza Imperial India Black Ale reflete a miscigenação brasileira em sua receita. Assim como os Cafuzos resultaram da mistura entre índios e negros, a cerveja da Dogma nasce da mistura entre uma Imperial IPA e maltes escuros de uma Stout, resultando em uma mistura de aromas e sabores que apresentam café, chocolate, caramelo e aromas cítricos”.

A exposição da foto da cafuza escravizada foi primeiro no perfil do Twitter de Marina Amaral, restauradora profissional. Na publicação ela diz: “Vocês se lembram dessa foto tirada pelo Alberto Henschel que eu restaurei e colorizei? Pois é, alguém achou que seria uma boa ideia transformar o rosto dessa mulher escravizada, violentada, explorada e subjugada em imagem ilustrativa de lata de cerveja”.

O comunicado da cervejaria Dogma diz que “lamenta profundamente o uso da figura de uma mulher escrava retratada por Alberto Henschel na embalagem da sua cerveja Cafuza. Tendo entendido que erramos, a cerveja foi retirada de circulação imediatamente. Também estamos elaborando estratégias para entender como podemos aprender e colaborar oferecendo espaço de voz sobre o tema. Esperamos a compreensão de todos, principalmente dos nossos clientes”.

A nota pode ser encontrada nas redes sociais da cervejaria e também em seu site.