Cartilha sobre Violência e Racismo Obstétrico é criada no Rio de Janeiro

Foto: Michael Magalhães

O manual já está disponível para leitura de forma on-line e gratuita

Foto: Michael Magalhães

Um levantamento realizado pela Defensoria Pública em parceria com a Associação de Doulas do Estado, mostra que 31 gestantes denunciaram terem sido vítimas de violência obstétrica no Rio de Janeiro entre os anos de 2019 e 2023.

O “Pequeno Manual de Antirracismo Obstétrico” já está disponível gratuitamente e de forma on-line para a população fluminense, tendo o nome inspirado na obra da filósofa e escritora Djamila Ribeiro, o trabalho traz orientações importantes para que gestantes e familiares consigam reconhecer e enfrentar os sinais das violências que podem acontecer em hospitais públicos ou privados.

O documento foi elaborado pelo grupo de trabalho de combate ao racismo obstétrico da Vereadora Thais Ferreira. A parlamentar explica que a cartilha foi criada para ajudar com informação qualificada gestantes e familiares, a identificar possíveis sinais e agir impedindo que qualquer violência aconteça.

“Vale lembrar que racismo obstétrico é qualquer ação referida a uma pessoa e ao seu corpo durante o período da gestação, parto, puerpério ou assistência ao aborto com falas que expressem operessões, discriminações ou violências, definidas por disparidades de raça e gênero.”, disse ela.

O manual também explica que o racismo obstétrico está na junção entre o racismo institucional e estrutural e a violência obstétrica, sendo o primeiro, fruto de um processo histórico de um conjunto de práticas excludentes que gera subordinação e opressão entre os grupos sociais. Lembrando que nos últimos dias, casos de violência obstétrica chegaram aos noticiários cariocas como o caso da médica demitida de uma maternidade em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias, após imagens de uma gestante dando a luz no chão da maternidade serem denunciadas na reportagem da TV Globo. 

Outro caso que aconteceu foi com um casal em Niterói, na região Metropolitana do Rio, que ficou sozinho na hora do parto na Maternidade Alzira Reis. Minutos antes, o pai chegou a ligar a câmera do celular para registrar a chegada da criança e acabou mostrando o desespero do casal diante da falta de médicos.

Relatos de violações que geraram insegurança e medo no momento em que as gestantes mais precisavam de apoio e segurança, então para saber mais como identificar, denunciar e combater tais violências, basta acessar o “Pequeno Manual de Antirracismo Obstétrico”.