Câmara dos Deputados virou palco de Fake News sobre a pandemia da Covid-19

Crédito: Divulgação

Em aplicação no Brasil desde janeiro de 2021, a vacina contra a Covid-19 foi chamada de “experimental” em 12 discursos no plenário. O termo sugere que sua segurança e eficácia ainda estão sendo testadas, o que é falso.

A partir da busca de palavras-chave no banco de discursos da Câmara que se refere às falas de deputados transmitidas no plenário da casa, realizadas de forma presencial ou remota, no ano de 2021, a Lupa identificou pelo menos 45 discursos que disseminaram informações anticientíficas sobre a pandemia.

Ao todo, 13 parlamentares utilizaram o espaço para incentivar o uso do chamado “tratamento precoce”, sem efeito contra a Covid-19, ou colocar em dúvida a segurança e a eficácia das vacinas.

O kit Covid, composto de hidroxicloroquina, ivermectina e outras substâncias apareceu em 34 discursos.

Já falsas acusações de que vacinas seriam inseguras ou ineficazes aconteceram em 17 momentos.

A eficiência do uso de máscaras faciais no combate à pandemia também foi questionada na fala de dois parlamentares. Em alguns discursos, os deputados trataram de mais de um tópico ao mesmo tempo.

Diante da falta de evidências científicas que comprovassem sua eficácia, o “tratamento precoce” já era amplamente criticado por especialistas desde 2020, apesar da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo uso dos medicamentos.

Estudos concluídos ainda naquele ano apontavam para a ausência de benefícios do kit de medicamentos contra a Covid-19. No início de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou o coro pelo não uso da hidroxicloroquina e da ivermectina no combate à doença.

Os ensaios clínicos de todos os imunizantes analisados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já haviam sido concluídos à época de sua aprovação emergencial, demonstrando serem seguros e gerarem proteção contra o vírus.

A própria agência já desmentiu que as vacinas em uso no país sejam experimentais. Duas delas, a da Pfizer e a da AstraZeneca, obtiveram registro definitivo no país e podem ser comercializadas e distribuídas como qualquer outro medicamento.

A imunização de crianças de 5 a 11 anos com a vacina da Pfizer foi aprovada em dezembro pela Anvisa a partir de estudos clínicos que confirmaram a segurança e a eficácia da vacinação dessa população.

O mesmo ocorreu em janeiro com a Coronavac, que foi aprovada para utilização na faixa etária de 6 a 17 anos. A vacinação infantil é defendida por cientistas e pelas sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI).

Gostou da matéria?

Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.

Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas

Conheça nossas redes sociais:

Instagram: https://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/
Facebook: https://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas
Twitter: https://twitter.com/noticiasfavelas