Bolsonaristas agridem imprensa sob os olhos cúmplices da polícia

Fotógrafo Dia Sampaio, de camisa branca, agredido por bolsonaristas - Foto Ueslei Marcelino/Reuters

As agressões a fotógrafos e cinegrafistas, mais facilmente indentificáveis na manifestação popular em Brasília, na tarde de hoje, 3, foram rechaçadas por políticos, organizações da sociedade civil e órgãos de classe como desrespeito ao direito de informação à opinião pública nacional e internacional sobre o que acontece no Brasil de Jair Bolsonaro. A polícia de Brasília, como de costume, não interferiu.

Na defesa de um golpe contra o regime democrático e pela implantação de uma ditadura bolsonarista, pessoas de verde e amarelo espancaram profissionais da imprensa que faziam a cobertura do evento.

O jornal O Estado de S. Paulo denunciou a agressão ao fotógrafo Dida Sampaio e diversos jornalistas presentes acusaram a agressão ao fotógrafo Orlando Brito, decano do fotojornalismo brasileiro que já cobriu todos os presidentes da república desde antes do golpe militar de 1964.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, escreveu numa rede social: “No Brasil, infelizmente, lutamos contra o coronavírus e o vírus do extremismo, cujo pior efeito é ignorar a ciência e negar a realidade. O caminho será mais duro, mas a democracia e os brasileiros que querem paz vencerão.”

Maia se solidarizou com os profissionais de imprensa e também com os de saúde, agredidos por bolsonaristas na sexta-feira, 1º, na Praça dos Três Poderes.

“Ontem enfermeiras ameaçadas. Hoje jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles. Cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror”, comentou o presidente da Câmara que, entretanto, até hoje não se decidiu sobre nenhum dos 16 pedidos de inquérito contra o presidente da república.