Ativismo no combate à violência

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Desde a década de 1990 que o combate à violência contra a mulher tornou-se uma pauta mundial. Obviamente que essa luta se tornou mundial porque já o era em todos os territórios. Foi e é o protagonismo de nós mulheres que tem possibilitado desenvolver formas de combater todas as opressões que ainda enfrentamos.

A sociedade capitalista, patriarcal, heteronormativa e branca condiciona aquilo que, desde há muito, inferioriza as mulheres por supostas diferenças biológicas, segundo as quais as mulheres seriam menos capazes que os homens. Com esse mesmo argumento, potencializa a violência contra as mulheres negras, pois se soma à suposta inferioridade racial. Dessa forma, a opressão se duplica e permite que os nossos corpos sejam passíveis das maiores atrocidades.

A história da mulher negra é de resistência, ou melhor, da população negra em geral. Mas não queremos mais ter nossos corpos dilacerados e entrar para a estatística; não queremos nossos jovens sendo assassinados pelos braços armados do Estado, pela cor de nossa pele. Não queremos mais ser somente símbolo de resistência e fortaleza.

Durante os “21 dias de ativismo no combate à violência contra as mulheres e ao racismo”, continuaremos nossas lutas, mas queremos mostrar para toda a sociedade brasileira que o racismo existe e mata todos os dias. Queremos denunciar toda violência que sofremos e, em tempos de intervenção militar, essa mobilização pode e deve fazer com que o conjunto da população desse país perceba o quanto essa falaciosa intervenção quer silenciar parte do segmento populacional. Esta parcela que está morrendo sem atendimento médico, que não acessa educação de qualidade, que não tem transporte coletivo decente, que sofre a cada chuva com as enchentes, enfim, que está alijada de todos os direitos constitucionais.

Por isso, convocamos todas e todos para somar força nessa luta, vamos dizer basta ao racismo. Escolha uma atividade e participe conosco: de seminários e reuniões a roda de samba. Diga não ao racismo.

Publicado na edição de março de 2018 no jornal A Voz da Favela.