Analisando a privatização do sambódromo e o papel de cada uma das esferas públicas

Créditos - Reprodução

Qual o papel de cada um nesse processo e, depois o que deve ser feito para não enfrentarmos uma ruína regional.

Semana passada, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o prefeito da cidade, Marcelo Crivella, propuseram a privatização do carnaval carioca. Eles falaram um pouco como esse processo se dará, explicaram quais motivos os levaram a fazer isso e os pontos positivos da medida. Obviamente, o argumento principal foi a economia aos cofres públicos, tendo em vista a grave crise financeira.

Porém, algumas ressalvas devem ser feitas sobre o caso, levando em consideração nossa experiência com as parcerias público-privado. Um aspecto interessante é que o governador informou em coletiva de já haver uma empresa interessada e que está já comunicou à LIESA sua vontade de tomar conta do sambódromo.

Com isso, algumas perguntas devem ser feitas, como: “Que organização é essa?” “A quem ela pertence?” e “Qual experiência que esta possui na área?”. Tudo ainda está no início, mas é necessário uma análise séria no histórico dessa instituição. Isso para que não se repita o mesmo que acontece nos hospitais do município e do estado por conta das “organizações sociais”, cuja administração é um tanto nebulosa e sofre investigação.

Indo para o município do Rio de Janeiro, vale ressaltar a gestão de Marcelo Crivella e sua verdadeira implicância com a festa. Como todos sabem, o prefeito é evangélico, bispo licenciado da igreja universal do Reino de Deus e na sua religião o carnaval é tido como uma heresia, um pecado.

A cidade se encontra com dificuldades orçamentárias há um tempo e, seja por coincidência ou não, a partir da posse do político, as escolas vem recebendo cada vez menos. Segundo informações, algumas agremiações tiveram uma redução média de gastos em 1,5 milhão. Assim, seria muito oportuno para alguém que já se recusa a por dinheiro no evento privatizá-lo.

Tanto Witzel quanto Crivella, se quiserem de fato o melhor para a federação, devem se atentar e, antes de tudo, pensar no povo do que em si mesmo.

Primeiro, na qualidade de mandatário estadual, é necessário que participe nos trâmites legais,prezando pela transparência para que não haver problemas, principalmente de corrupção.

Segundo, pensar que tal atitude é séria demais para ser tomada de modo passional e se, de fato, é o melhor a ser feito. Posteriormente, reajustar as contas públicas e aplicar os recursos em saúde e educação e não em áreas supérfluas. Dessa forma, a população poderá então, vender um bem e melhorar sua situação, diferente do que acontece há alguns anos.