A Turma do Dieguito: a vida do símbolo humano

Maurício de Souza entrevistou Maradona durante a copa do mundo de 1982- Foto: Reprodução Twitter

Passada uma semana da morte do eterno Maradona, falecido no dia 25 de novembro, é possível ver muitas homenagens trazendo para luz histórias que envolviam o polêmico craque. A cultura pop se valeu da figura de Maradona em filmes, documentários, mas há uma relação entre ele e o quadrinho mais conhecido do Brasil que talvez você nem saiba. Dieguito, essa era o nome do personagem da Turma da Mônica que acabou não ilustrando nenhuma HQ, mas mora na lembrança do saudoso Maurício de Sousa.

A encomenda nasceu o staff do craque argentino. Maurício de Sousa foi até a concentração da Argentina, a seleção estava se preparando para a copa do mundo de 82, e entrevistou Maradona para saber o que ele pensava do projeto e colher as informações necessárias para criar a sua turma. Os dois saíram da conversa bem empolgados e a turminha do Dieguito já estava formada na cabeça do criador da Mônica, Cebolinha e cia.

Maurício de Sousa tem por tradição transformar grandes jogadores de futebol em personagens. Foi assim com o Pelezinho, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e, mais recente, com Neymar. A identificação das crianças com jogadores é imediata. Vivemos no país do futebol, onde a televisão fala o tempo todo sobre times, campeonatos, artilheiros e tudo mais que envolver o que acontece nas quatro linhas.

As notícias sobre os hábitos de Maradona começaram a vir a tona. Nunca se teve um craque tão humano na essência da palavra. Maradona, depois de aposentado, participou de torneio menores de futebol, passeou em carreata para político venezuelano, treinou uma seleção numa copa do mundo levando um porta-retrato com a foto do neto para a coletiva de impressa. Porém, ou você é um símbolo ou você é um humano. As manchetes que estampavam os seus vícios fizeram Maurício desistir do projeto, pois achava que não seria uma boa criar um personagem infantil baseado em alguém que fosse um “mau exemplo”.

Todos os esboços do projeto Dieguito foram entregues para a esposa de Maradona da época. O personagem só apareceu para o público em 2005, no primeiro episódio do programa televisivo de Maradona, La Noche del Diez, que teve Pelé como entrevistado. Essa foi a única “aparição pública” notória de Dieguito. Seria legal ter visto o astro argentino batendo uma bola com o Pelezinho no bairro do Limoeiro. Nos resta torcer para que nasça um Lionelzito que possa ficar com esse legado. No mais, Maradona, descanse em paz.

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Anderson Shon
Graduado em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Faculdade da Cidade do Salvador, Anderson Shon, atualmente, é professor do Centro de Educação Ávila Góis, professor - Canto de Estudo, professor do Instituto Bom Aluno da Bahia e professor - Educandário Helita Vieira. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Anderson Mariano é escritor e professor. Lançou o livro Um Poeta Crônico no final de 2013 e, desde lá, já apareceu em coletâneas de poesia e de contos. Já ministrou oficinas em diversas feiras literárias da Bahia e é figura certa nos saraus de Salvador. É apaixonado por literatura e produz contos para abastecer o andersonshon.com. Em 2019, lançou o Outro Poeta Crônico, continuando sua jornada no mundo da literatura. Além de escritor, Anderson Shon é professor de redação e escrita criativa, sendo o professor com maior número de alunos premiados no Concurso de Escritores Escolares e, em 2018, lançou um livros de contos e poesias com os alunos do colégio estadual Conselheiro Vicente Pacheco do bairro de Dom Avelar. Anderson entende que ser professor não é uma profissão, é uma missão e que os livros são os melhores amigos que um estudante pode ter.