A potência cultural das periferias de Petrópolis

Por trás das nuvens que cobrem as montanhas da serra, reluz um tesouro escondido. Quem olha de perto, percebe que este brilho diferente vem das pessoas que produzem cultura e arte na periferia

Petrópolis, a Cidade Imperial, sempre foi conhecida como um reduto da aristocracia, mas é da periferia que vem o mais forte sopro de vida que está modificando a cena cultural. Não é à toa que o jornal A Voz da Favela, editado pela equipe da Agência de Notícias das Favelas (ANF) está entrando na cidade.

Rodas de rima, teatro, exposições, filme, livros, shows, espetáculos de dança, artesanato: quando uma obra arte, regada por políticas públicas, brota na superfície, ilumina ao redor. Exemplo disso é Denegrindo, primeiro coletivo de teatro formado por artistas negros e periféricos na cidade.

Mais cultura negra

Petrópolis é conhecida pelas festas temáticas de colonização, celebrando os povos que ajudaram na formação étnica. A festa da origem africana Ubuntu (significa “eu sou porque nós somos”) tinha menos recurso e divulgação.

Em 2022, a prefeitura estabeleceu comprometimento ativo com a pauta negra, lançou o Disque Antirracista 0800-024-1000 e fez a maior festa de cultura afro-brasileira do município. Houve shows de MV Bill e Leci Brandão, além da apresentação de diversos artistas pretos locais.

Hip hop em Petrópolis

A Nação Hip Hop Petrópolis está há mais de 12 anos na cena e garante a Roda do CDC, toda quinta-feira, principal ponto de encontro dos jovens periféricos, junto com o rolezinho da Liberdade.

A Nação organizou dois grandes festivais e prepara o terceiro, com apoio do Instituto Municipal de Cultura, espalhando atrações por diferentes bairros, locais onde a cultura hip hop é realmente produzida.

Em Petrópolis, a prefeitura está comprometida em realizar oficinas nas periferias voltadas aos fazedores de cultura que nunca foram contemplados com recursos públicos, para possam finalmente contar com apoio para criar sua arte.

É necessário capacitar esses agentes para escrever bons projetos, realizar o planejamento das suas atividades e aprender como prestar contas dos recursos recebidos, conforme a legislação.

Se organizar direitinho, todo mundo faz cultura. E quem agradece é a população da cidade.

Diana Iliescu

Presidenta do Instituto Municipal de Cultura de Petrópolis e Presidenta do Fórum Estadual de Secretários e Dirigentes de Cultura do Rio de Janeiro

Gostou da matéria?

Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.

Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas

Conheça nossas redes sociais:

Instagramhttps://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/

Facebookhttps://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas

Twitterhttps://twitter.com/noticiasfavelas