A música como meio de ascensão social durante a pandemia.

Créditos: DJ Cris Beat

DJ Cris Beat é morador do Jacarezinho, favela com um dos menores IDH do município do Rio de Janeiro, no qual é um dos locais onde o projeto Saúde Mental Na Periferia, Como Vamos? Idealizado pela ANF acontece.

Com apenas 23 anos o DJ Cris Beat desde os 15 anos tocava em festas de familiares e desde pequeno ele já sabia, que profissão ele iria exercer ao completar a maior idade.

Influenciado por seu pai, o DJ Cris Beat encontrou nos Bailes Funk sua inspiração e cita o “DJ Cabeça” da favela do Mandela, como uma de suas primeiras referencias, como DJ na localidade.

Desde o início da Pandemia o DJ Cris Beat viu as plataformas digitais como uma alternativa para expor seu trabalho e levar música como forma de minimizar os efeitos do isolamento social, da fome e o luto vivenciado por muitas famílias nas favelas e periferias.

“As pessoas ficaram muito tempo dentro de suas casas, tá ligado! E aí passaram há ter mais tempo para ouvir musicas e ver clipes. Essa oportunidade fez surgir muitos artistas, pois era o momento ideal de produzir musicas dentro de casa mesmo, porque os shows e eventos estamos suspensos! Isso se tornou uma grande válvula de escape, pois os artistas sofreram muito nesse momento difícil de muitas incertezas” Afirma o DJ Cris Beat

Disco de Platina com a produção do Rap “Corte Americano” de Felipe Ret

O momento foi difícil, mas assim como a favela e muitos que habitam nela, mais uma vez resistem a arte deu espaço, deu voz e vez ao DJ Cris Beat, que teve sua vida transformada, quando tudo era improvável.

“No início da Pandemia eu só precisei do Auxílio Emergencial nos primeiros meses, depois consegui me sustentar com as plataformas, não era muito, mas conseguia segurar as pontas.” Nos contou Cris Beat

O canal Soud Crime do DJ Cris Beat, no YouTube durante o período do isolamento social multiplicou as visualizações em poucos meses e atualmente ultrapassa mais de 232 mil inscritos, ele produziu o Rap  “Corte Americano” do Rapper Felipe Ret, que foi premiado com o Disco de Platina, que alcançou 68 milhões de visualizações.

A identidade da favela preservada nos vídeos clipes, que são gravados em sua maioria dentro da favela de Manguinhos, mostrando para nova geração, que não é necessário gravar em mansões e fingir viver outra realidade, totalmente diferente do cotidiano da favela.

O Funk sempre foi uma grande referencia para o DJ Cris Beat, pois foi o gênero musical que sempre expôs as potencialidades da favela e o convívio nos Bailes Funk, local de revelação de muitos Mcs e DJ.

O estúdio do DJ Cris Beat está em construção, ele acredita que a musica é uma forma de expressar o que as palavras não conseguem. “Às vezes a pessoa esta triste e não consegue descrever, no meu caso eu faço musica como uma forma de desabafo e algumas pessoas se identificam é uma forma de bem estar e cuidado com a Saúde Mental”.

Ele também incentiva muitas pessoas a acreditarem em si, atualmente o DJ Cris Beat afirma que vive tudo que sonhou, trabalhando com pessoas que ele admira e fazendo o que ama.

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