A Missa do Trabalhador na Rocinha

Na tradicional missa de 1 de Maio na Rocinha, moradores ofertam seus instrumentos de trabalho, e pedem por dignidade e paz.

"Ter trabalho digno é paz, ter um lar é paz, a paz é um direito" _ foto: Severino Franco
Foto: Severino Franco
Foto: Severino Franco

Com álcool gel, máscara e distanciamento aconteceu ontem dia 01 de maio de 2021 as 11hs da manhã, como acontece em todo 1º de maio a Tradicional Missa do Trabalhador na Capela São José Operário no Caminho do Terreirão na Rua 1, no Alto do Morro da Rocinha.

A igrejinha simples, é mais que simples, sem nada do luxo das grandes catedrais, tem de sobra o que falta na Catedral “vida, amor e esperança”. Em sua construção há a representatividade da luta histórica do trabalhador brasileiro, do inicio da década de 80. Do terreno ao sino foi feita e paga pelos trabalhadores da comunidade que não tinham igreja para celebrar a sua vida; assim como as igrejas das antigas irmandades negras, a Capela São José Operário é operária, preta, pobre e favelada, e é o lugar de encontro do povo da favela que trabalha, luta, chora, ama, vive e luta com fé.

Foto: Severino Franco

Na missa, como não poderia deixar de ser uma missa do trabalhador, os trabalhadores e trabalhadoras levam o seu principal instrumento de trabalho, “a carteira de trabalho”, os da construção civil, a colher de pedreiro, as domésticas, a vassoura, e outros mais.

No altar as ofertas são os que os trabalhadores e trabalhadoras da favela tem a oferecer, “a sua força e os seus instrumentos de trabalho”, a carteira, a colher, a vassoura, a sua força e sua fé em justiça e paz na favela, e em 2021 a seringa também entrou na oferta.

No almoço comunitário, as falas e expressões no rosto de cada trabalhador, a fé e esperança em dias melhores para si e para os outros, e muitos desejos de trabalho, respeito e dignidade para a favela.

Foto: Severino Franco
Foto: Severino Franco

Nas palavras do celebrante: “ter trabalho digno é paz, ter um lar é paz, a paz é um direito”, entre cantos e orações hoje todos são o mesmo José Galileu periférico, todos lutam como pai, como trabalhador e trabalhadora para que suas famílias não sejam injustiçadas como a família de José.

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