A ditadura nunca acabou na periferia e nas favelas

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Desde que o presidente da república Jair Bolsonaro anunciou que os quartéis iria comemorar o golpe militar desferido em 1964 por militares, uma grande discussão foi promovida pela sociedade civil sobre o absurdo que é a simples possibilidade que é comemorar um regime sangrento e assassino que tinha a tortura como uma ferramenta para intimidar e matar opositores. 21 anos após o golpe, finalmente a democracia voltava para milhões de brasileiros.

Voltava para os moradores do asfalto porque nas periferias e favelas…

O tal Estado Democrático de Direito, nunca chegou na perifa. Nunca!

Todas as práticas nefastas que as forças armadas usaram no regime. foram herdadas e adotadas pelas polícias militares de todo o Brasil. Há 35 anos a população e a sociedade brasileira é testemunha dos incontáveis massacres do Estado brasileiro contra a parte mais desfavorecida da população. Uma testemunha muda, diga-se de passagem.

Ano passado quando o ex presidente do Brasil, Michel Temer autorizou uma intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro, que foi alvo de dezenas de denúncias de violação dos Direitos Humanos. Relatos de violência policial, tortura e até estupros, foram feitas mas até agora, nenhuma informação de como está o andamento desses inquéritos. Aconteceram casos de pessoas mortas por furarem blitzes. Nos últimos 5 dias, o Exército Brasileiro matou dois trabalhadores inocentes em situações semelhantes.

Semana passada o jovem Christian Felipe Santana de Almeida Alves, de 19 anos estava na garupa da moto de um amigo de 17 anos que tinha pego escondido a moto da mãe. Foram num passeio de moto que acontecia perto de casa. Ao voltarem pra casa, se depararam com uma blitz da Polícia do Exército nas imediações da Vila Militar na zona oeste da cidade,  e como o rapaz que dirigia a moto não tinha habilitação, furou o bloqueio. Os soldados não pensaram duas vezes. Atiraram nos rapazes e o jovem Christian Felipe morreu com um tiro de fuzil nas costas. Eles furaram o bloqueio porque o adolescente que dirigia a moto não tem carteira de habilitação e se ele parasse, a moto seria presa e sua mãe descobriria que ele pegou a moto escondido.

Ontem seria dia de festa para a família do senhor Evaldo dos Santos Rosa. Como fazia todos os domingos, reunia a família e amigos para almoçar na casa de familiares. Porém ontem ele não chegaria na casa do sobrinho que os esperavam para mais um almoço de família. Pegou o carro e levou a esposa, sogro, filho de 7 anos e uma amiga da família.  No meio do caminho passaram por viaturas do Exército que os teriam mandado parar o carro. Mal tiveram tempo de parar e militares alvejaram o carro várias vezes. Algo acima de 80 tiros. O Comando Militar do Leste em nota emitida no final da tarde de ontem afirmou em nota oficial que a tropa atirou no carro onde estava a família da vítima, porque responderam a uma “injusta agressão” de bandidos e assim acabaram matando um assaltante e deixado outro ferido.

Como sempre acontece em casos como esses, a vítima é desqualificada e criminalizada para justificar sua própria morte.

Já notaram que o exército não faz blitzes no Leblon ou Ipanema?