A consciência tem cor e é preta

Manifestação "Vidas Negras Importam", em 7 de junho de 2020, no Rio de Janeiro - Foto: Pedro Nelgri/ ANF

O Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, foi instituído através da Lei nº 10.639, em 2003. Porém, foi apenas em 2011 que a data foi oficializada como “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”, por meio da Lei nº 12.519. No entanto, a celebração da data vêm de um acordo de ativistas do Movimento Negro Unificado (MNU), que se reuniram em Salvador no ano de 1978, para fazer com que o dia da morte de Zumbi, 20 de novembro, se tornasse um símbolo da luta do povo negro.

Esta luta ganhou ainda mais força no ano de 2020. Movimentos como o “Black Lives Matter”, nos Estados Unidos e o “Vidas Negras Importam”, no Brasil, deixaram à mostra o que o racismo faz nos dias atuais. Jovens são presos, mortos e torturados, por causa de sua cor. Crianças morrem com balas “perdidas” nas favelas e, desde cedo já aprendem que: se você é negro, deve ser cauteloso, pois, pode ser parado pela polícia mesmo não fazendo nada.

Falar sobre o povo negro é falar, primeiro, de luta. Um povo que apanha, mas não se deixa vencer. Só conseguem calar uma voz negra, se sua vida é ceifada. E temos vários exemplos: pastor Luther King, MalcolmX, Marielle Franco…Todos lutavam por igualdade. Lutavam por respeito, lutavam por direitos ao seu povo e foram assassinados pelo ódio e racismo.

Todos eles deixaram sementes que se multiplicam cada vez mais lutando por igualdade e justiça. Sementes que prosperam e são exemplos, como: Ângela Davis, Mohammed Ali, Barack Obama, Djamila Ribeiro, Carolina de Jesus, Elza Soares, Conceição Evaristo e tantos outros que levaram o negro a um degrau, que até pouco tempo era inimaginável.

Neste dia, o povo preto fala abertamente sobre o que é estar vestido com esse manto. Fazer as pessoas pensarem acerca dessas lutas, é uma vitória, mínima, pode ser, mas tudo tem um caminho a ser percorrido. O racismo deve ser instinto!

O Dia da Consciência Negra, não é uma data qualquer, é um dia de reflexão. E como diz a filósofa pop Djamila Ribeiro:

“Tem um quê de ancestral arrumar nossos cabelos. Os cuidados com nossas madeixas, o saber manusear, exaltar nossas belezas. Não é só estética, é afirmação. Amar a nós mesmas num mundo que teima em nos negar”.

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