Santa Marta é exemplo de favela contra o vírus no Rio de Janeiro

Moradores da favela Santa Marta, Zona Sul do Rio, realizam trabalho de higienização e desinfecção. Imagem: Arquivo pessoal.

A favela de Santa Marta, em Botafogo, Zona Sul da capital carioca, não registra nenhum caso suspeito da Covid-19. E assim vai ficar, ao menos no que depender de uma dupla que se mobilizou e já está fazendo a diferença na comunidade. Moradores da favela, os irmãos Thiago e Tandy Firmino tiveram a ideia de proteger o morro e decidiram, por conta própria, realizar trabalho de higienização por toda localidade.

Devidamente equipados com material de proteção, os irmãos Firmino realizam a ação, desde o início deste mês, pelos becos e ruas do Santa Marta duas vezes por semana, com o objetivo de manter o risco de contaminação pelo Coronavírus bem longe. Tudo foi possível devido ao apoio de dois amigos estrangeiros, um da Dinamarca e outro da Inglaterra, que enviaram ajuda financeira, possibilitando a aquisição de equipamento de proteção individual (EPI’s) e os pulverizadores.

Decididos a ajudar os moradores, que já sofrem com condições inadequadas de saneamento, porém sem dinheiro para os produtos de desinfecção, Thiago e Tandy utilizavam no início o hipocloreto de sódio. Mas a iniciativa foi abraçada por amigos e pessoas comuns que resolveram ajudar e agora a ação é feita com quaternário de amônia, que permite melhor proteção.

“Pedi ajuda a meus amigos porque vaquinha demora muito e eu senti a necessidade de uma ação imediata. Eles pagaram os equipamentos, os EPI’s e a gente comprou o restante. Começamos a estudar sobre equipamentos, falando com amigos, falando sobre diluição, vendo o que dizem os infectologistas…Enfim, entendendo um pouco mais para a gente poder atuar no Santa Marta com qualidade”, declara Thiago Firmino, que émo guia de turismo no morro.

Thiago conta que a comunidade já tinha um grupo de 15 a 20 pessoas mobilizado para conseguir cestas básicas, antes da ação contra a pandemia. “Montei essa ação toda junto com os voluntários, amigos nossos do Santa Marta, para a gente emplacar a higienização”.

É importante que cada um faça a sua parte. “Se o morador estiver dentro de casa, em quarentena, lavando a mão com sabão, e fazendo tudo correto…A parte de fora a gente vai higienizar tudo. Eu creio que vá dar certo”, destaca o guia de turismo.

Os trabalhos tiveram início no dia 5 e a dupla pretende manter até o final da pandemia. Mas, para isso, precisa de ajuda para comprar os produtos.

“Vale lembrar que são milhões de pessoas que moram em favela que movimentam essa cidade. Agora, está na hora da galera do asfalto também contribuir, ajudar um pouco e ser solidário aos moradores de favela, fazendo doação, ajudando a gente a ajudar o restante”, completou Thiago.

Para ajudar esse trabalho de desinfecção na favela do Santa Marta entre em contato através do site Benfeitoria Santa Marta.