Por Patrick Granja / A Nova Democracia
No último dia 28 de janeiro, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), autorizou o despejo de 900 pessoas que viviam em 450 barracos no latifúndio Fazenda Sálvia, às margens da rodovia DF-330 entre Sobradinho e Paranoá. O terreno de 306 hectáres pertence à Secretaria de Patrimônio da União (SPU), do Ministério do Planejamento e Gestão e estava completamente abandonado quando foi ocupado pelas famílias.
Às 9:50h da manhã de sábado, 450 policiais civis, militares e federais chegaram ao local para retirar os camponeses. Uma mulher grávida passou mal e teve que ser levada para o hospital. 29 trabalhadores foram presos acusados de desacato à autoridade e invasão com intenção de ocupar terras da União.
— Não quero nada de ninguém. Queria só um pedaço de chão para plantar, mas, como não deu certo, vou esperar uma oportunidade. O governo tinha de ajudar quem precisa. Essa terra está parada — disse o agricultor José Pereira Gonçalves, de 48 anos, ao portal do jornal Correio Braziliense.
Às vésperas de mais uma eleição burguesa, escancaram-se as contradições dos partidos oportunista eleitoreiros que se lançam na disputa por uma fatia da pizza. Curiosamente, o governador Agnelo Queiroz, mandante desse despejo, por exemplo, compõe as fileiras do mesmo PT, que gastou baldes de saliva criticando a violenta expulsão dos moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos, SP, governado elo PSDB. Verdade seja dita: este ano, sujos e mal lavados, ainda falarão muito mal uns dos outros.