Fui questionado sobre o que acho da pacificação por uma amiga que via a entrevista do Beltrame no programa Esquenta, da TV Globo. Comecei a responder e resolvi publicar o que penso. O secretário de segurança é consciente realmente. Em várias entrevistas esclarece que o objetivo das Unidades de Polícia Pacificadora não é acabar com o tráfico mas devolver ao cidadão o direito de ir e vir. Conseguiu também, com isso, acabar com as guerras do tráfico nesses locais, porém não com o tráfico. Em todas as favelas o tráfico continua rolando, todos sabem. A população das favelas por sua vez, não tem mais o controle armado do tráfico e sim do estado, que ainda oprime essa população. Como diria Vera Malaguti Bastista é o “controle social”. Por sua vez tal UPP social não está conseguindo cumprir com seus objetivos. Sei disso, porque não vejo pela mídia e sim acompanho de perto, conversando até mesmo com os próprios funcionários que trabalham e estão um pouco desanimados com a falta do cumprimento dos objetivos. Foram só trinta favelas pacificadas em um universo de mais de oitocentas no Rio de Janeiro. E fica a pergunta do objetivo de tudo isso, já que foram pacificadas as mais próximas do cinturão dos mega-eventos. Em Medelím, Colômbia, de onde nosso modelo de pacificação foi copiado, a situação mais de dez anos depois está naufragando. Quantos anos esse modelo resistirá?