A ideia é matar metade da população e controlar o mundo

A Terra é azul, mas nunca enfrentou tantas nuvens cinzentas- Ilustração

Qual a população total do planeta hoje? Chute aí: 6,5 bilhões, 6 bilhões, 7 bilhões de pessoas? O Banco Mundial estimou, em 2018, 7,5 bilhões respirando, bebendo água, comendo e cumprindo outras necessidades senão vitais ao menos importantes à sobrevivência. O capitalismo, mesmo com a existência da China comunista e seus 2,5 bilhões de habitantes, ou quem sabe exatamente por ela, não vê outra solução que não eliminar a metade da população global para manter a própria sobrevivência, nos padrões de desigualdades econômicas, sociais e políticas já nossos conhecidos. Em outras palavras, favelado, refugiado, imigrante e outros integram o contingente de “descartáveis” oficiais dentro do sistema.

Da mesma forma, trabalhadores com mínima ou nenhuma especialização, que outrora até tiveram carteira assinada, são marginais da economia informal que pegam em consignação produtos para venda nas ruas, também já são descartáveis indicam as estatísticas da chamada “violência urbana” com índices cada vez mais alarmantes e reveladores. A terceirização da segurança pública refletida nas forças especiais criadas por comerciantes, industriais, transportadores, supermercados, sistema bancário e financeiro, bem como a milícia paramilitar em expansão territorial nos bairros de classe média e nobres da Zona Sul carioca, por exemplo, atesta a falência do estado formal, a renúncia ao seu papel constitucional e a consequente associação ao crime, clara ou difusa como se investiga hoje no ambiente da família Bolsonaro. A polícia, que sempre existiu para defender o patrimônio dos ricos, não precisa mais sequer fingir estar ao lado do cidadão.

É um fenômeno mundial a rotulação como não-pessoas de entregadores, guardadores de estacionamento, biscateiros, varejistas de drogas e muitas atividades previstas ou já em processo de substituição pela maldita Inteligência artificial. Lanches já são entregues por drones com a mesma eficiência de balas certeiras, bombas, o que o freguês quiser. Coletivos sem motoristas, aviões sem piloto, trens sem maquinistas, tudo na esteira da tecnologia 5G. A nova realidade interessa a forças neonazistas em ascensão nos EUA (onde se misturam à Ku Klux Klan), na Alemanha e também na França e na Europa que não acompanhamos de perto, como Hungria, Polônia, num projeto de higienização total da Terra, no qual o homem será o dono do planeta e de seus recursos, inclusive os humanos.

Alguém aí já se perguntou qual é o interesse europeu, nórdico e britânico na maior faixa verde de terra do planeta? Acha que será um santuário, patrimônio mundial a ser conservado em benefício do planeta? Taí uma coisa que os militares já sabem que não, dois de seus principais generais no governo, o da Segurança Institucional, Augusto Heleno, e o próprio vice-presidente Hamilton Mourão têm visão clara do papel da Amazônia no “teatro de guerra mundial” e embora estejam longe do ambientalismo clássico, discordam de todos os poderosos e mantêm o pé atrás.

Ao contrário da truculência de Trump, a política ambiental de Biden, como sua política de relações exteriores, com certeza será cautelosa e educada, com fóruns internacionais, discussões, grupos de estudo de alto nível, mais bate-papo virtual para se alcançar um ponto comum. Mas não se esqueçam de que ainda na campanha presidencial, quando Bolsonaro quis afirmar autonomia sobre a Amazônia, na hora Joe Biden propôs a criação de um fundo de US$ 20 bilhões só para o Brasil cuidar daquele o mundão de terra, no interesse do planeta inteiro. O antropoceno, esse desconhecido defendido em certas elites mundiais, engloba todos esses temas urgentes e com tal profundidade que o megainvestidor George Soros, razoável conhecedor do Brasil e seus vizinhos mendicantes, propôs uma luta sem trégua à desigualdade social no planeta, e doou US$ 1 bilhão do próprio bolso especulador. Talvez Soros vislumbre no antropoceno a derrocada do capitalismo e a destruição do planeta. Como ele, outras personalidades se levantam em defesa da vida no planeta como a compreendemos e da descoberta da sonhada sustentabilidade. Parece crueldade manter esta discussão na Índia, na África na América em que as desigualdades cresceram a níveis obscenos e onde a vida, hoje, já acrescenta ganho algum ao sistema de valor capitalista. É mesmo!

Há muitos indícios desse plano terrível em alguns pontos da Terra, bolhas com supercondomínios residenciais em locais como a Nova Zelândia e outros mais remotos, até fora da Terra. O antropoceno está aí para ensinar o homem a gerenciar o planeta até quando der. Donald Trump não é um doido, é o homem desse novo tempo que chegou ao governo da maior nação capitalista para desmontar mecanismos e instrumentos forjados há muitos anos que mantinham a Terra no centro das discussões.

Nesse contexto, a relevância de Jair Bolsonaro é sua agenda destrutiva da Amazônia e do país é o aprofundamento da desigualdade social, é o genocídio da população preta e jovem, é a manutenção da escalada no mapa mundial de infecções e mortes, é a exploração da pandemia enquanto for possível, sem vacina hoje, sem seringas amanhã, sem leitos hospitalares depois, sem sepulturas disponíveis logo mais. Já imaginaram covas coletivas debaixo de lança-chamas no seu telejornal preferido, com igrejas abençoando o fogaréu? O Brasil cumpre a sua parte na destruição como método para a implantação do admirável mundo novo. Bolsonaro promete comprar briga com quem quiser impedir seus planos para a Amazônia, mas Joe Biden busca se entender com o governo brasileiro na base da seriedade, sem bravatas. Chega de “I Love you”.

O que vemos, por enquanto, é um Idi Amin Dada latino-americano louro cercado por consultores nacionais e estrangeiros a serviço do projeto que sofreu derrota recente nos Estados Unidos pela arrogância. Para ter-se uma ideia, Trump prometeu erguer o muro quilométrico na fronteira mexicana, mas pago pelos mexicanos. E reformou em sua gestão a base militar americana na Coreia do Sul (a maior da região) com dinheiro sul-coreano – coisa de bilhão de dólares. Essa arrogância é velha conhecida no mundo desde que os EUA se intitularam defensores da democracia e da liberdade, quando acabava a Segunda Guerra Mundial, em 1945.

A questão hoje é como a dupla Biden/Harris vai chegar a um acordo com o grupo de Trump, que também é um vírus, mas sem vacina para neutralizá-lo. O trumpismo é uma nova força na política deles e não deixará o poder em nome da alternância, quando Trump sair da Casa Branca no próximo dia 20. Os democratas terão de encarar a proposta do antropoceno que chegou para ficar. Nos tristes trópicos, por enquanto, soa como nome de cometa. Bolsonaro é o Capitão Caverna brandindo a clava ameaçadora, sem nenhuma eficácia. Se tentar atrapalhar a agenda ambiental norte-americana será dissuadido sem nenhuma saliva e retaliações concretas. O propósito americano de dividir as nações, como fez no Vietnam e na Coréia, está prontinho para execução no Brasil, que é grande e rico demais. Mas por ora, o máximo de protagonismo previsto para nós é abrir o estado de Roraima para Biden entrar com seus marines, mísseis, drones e coisas que nem imaginamos para matar Nicolás Maduro, tomar o petróleo venezuelano, fincar sua bandeira em Boa Vista e controlar a maior parte da Amazônia, com povos indígenas e tudo.

Dizem que inglês eles já falam com fluência.