400 famílias formam nova ocupação de moradia em Curitiba

Ocupação (Foto: Divulgação MTST).
Ocupação (Foto: Divulgação MTST).
A ocupação foi organizada pelo MTST. E resiste mesmo com liminar da justiça e presença da polícia militar. 

Na madrugada de sexta-feira (10), cerca de 400 famílias ocuparam um terreno de 1,8 hectares às margens da Estrada Delegado Bruno de Almeida, no bairro Campo de Santana, no sul de Curitiba. A ocupação foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).  O terreno está abandonado há mais de 30 anos e segundo o Plano Diretor de Curitiba,o define como uma Zona Residencial de Ocupação Integrada, ou seja, por lei, precisa ser destinado para uso público, incluindo moradias.

O espaço pertence à Construtora Piemonste que é proprietária de outras áreas, todas na região e na mesma situação, sem função social e aguardando especulações imobiliárias. A maior parte das famílias que ocupam o local são lideradas por mulheres que residiam nos bairros próximos à região.

Geovana Carla Souza, 51 anos, é mãe de três crianças e morava de aluguel no bairro Tatuquara, em uma área também de ocupação de moradia. “Pagava 700 reais e ganho R$1.300,00 a conta não bate. A minha região também não é regularizada embora o Tatuquara tenha mais de 20 anos de existência “, diz Geovana.

Rute Camargo, 28 anos, mãe de uma menina de 1 ano também viu na ocupação uma chance de melhorar de vida e garantir o futuro de sua filha. “Sou egressa do sistema prisional, mãe solo e com o nome no serasa, não saírei dessa extrema pobreza pagando aluguel” explica Rute.

Adrian Silva é um dos coordenadores da ocupação de moradia em Curitiba. O integrante do MTST explica que o perfil das famílias que ocuparam o terreno no Campo de Santana é o mesmo. “São pessoas vivendo na extrema pobreza, sem condições de pagar aluguel, água e luz. Essa ocupação é uma denúncia à prefeitura, ao estado e à união de que as pessoas precisam de casa. Em todo o estado têm muitas casas sem gente e muita gente sem casa. Esse terreno, por lei, deveria ser destinado a construção de aparelhos públicos como escola, por exemplo, ou moradia”, explica.

Em 2020 a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) divulgou levantamento no qual revela que o estado do Paraná tem um déficit de 511.746 domicílios. Do total necessário, segundo a Companhia, 474.777 são domicílios urbanos [92,8%]. Ainda segundo o último levantamento da companhia (2020), Curitiba possui 453 ocupações de moradia.

 

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