13 de Fevereiro – Dia do Meu Tempo

Crédito: Samantha Hurley

Sou da época que havia a necessidade de assoprar fitas para poder jogar videogame, hoje os dois cliques nunca falham, o que me faz ter um tempo de sobra para investir no que eu quiser.

Será?

Também não preciso mais esquentar a comida em banho Maria ou colocar todas as panelas no fogo, God save the micro-ondas.

Sabe a espera no ponto de ônibus?

Ou o táxi que não passava na porta de casa?

Tempo economizado é que nem dinheiro achado no bolso da bermuda que estava prestes a ser lavada. A questão é que todo esse tempo foi convertido em algo que somente a maturidade me deixou perceber; em felicidade.

Queria escrever sobre meu aniversário (13 de fevereiro), mas não pra falar sobre mim, e sim sobre todas as pessoas que percebem que envelhecer é uma dádiva, afinal, a outra opção é trágica. Não estou falando sobre amadurecer não, é envelhecer mesmo, ver o tempo passando como se estivesse em um trem em busca de uma estação que ainda nem foi construída.

Meus olhos já comemoraram duas copas do mundo. Já vivi tantas evoluções que é difícil imaginar que minhas diversões estavam ligadas a dois joelhos conectados no chão brincando com bonecos nos assentos do sofá. Ahhhh, como sou feliz por ter vivido um tempo em que as redes sociais não me afastavam dos amigos da escola.

Lembro com lágrimas nos olhos de como fui o “Nerd Pokémon” e como a minha jornada em busca da captura de alguma namorada foi mais falha do que as tentativas do Ash ganhar uma liga.

O tempo é democrático e não punidor, nós que nos flagelamos quando pensamos que ele só está correndo para nos atingir. Que nada! ou ele está nos alertando “aproveite!” ou está no consolando “calma, vai passar”.

É o remédio daqueles que, de imediato, não encontram a solução da lógica matemática que diz que dor mais tempo acalma a alma. Meu tempo tem sido tão meu, que resolvi presenteá-lo deixando de assistir TV e investindo-o em leituras, escritas, séries, filmes, família, amigos, namorada.

Um conselho que não falha?

Ore toda vez que amanhecer, agradeça o que tiver que agradecer e se sua moral com os céus estiver em dia, peça o que puder pedir. E se o nosso tempo chegar ao fim, sorria, essa é a lógica da vida.

Pois bem, preciso comprar umas velas de aniversário que representem paz e esperança. Pensei na cor azul e verde?

Quero que decore bem o bolo de aniversário. Já falei que amanhã é o aniversário do meu tempo?

Desejem parabéns para ele. #WakandaForever

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Anderson Shon
Graduado em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Faculdade da Cidade do Salvador, Anderson Shon, atualmente, é professor do Centro de Educação Ávila Góis, professor - Canto de Estudo, professor do Instituto Bom Aluno da Bahia e professor - Educandário Helita Vieira. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Anderson Mariano é escritor e professor. Lançou o livro Um Poeta Crônico no final de 2013 e, desde lá, já apareceu em coletâneas de poesia e de contos. Já ministrou oficinas em diversas feiras literárias da Bahia e é figura certa nos saraus de Salvador. É apaixonado por literatura e produz contos para abastecer o andersonshon.com. Em 2019, lançou o Outro Poeta Crônico, continuando sua jornada no mundo da literatura. Além de escritor, Anderson Shon é professor de redação e escrita criativa, sendo o professor com maior número de alunos premiados no Concurso de Escritores Escolares e, em 2018, lançou um livros de contos e poesias com os alunos do colégio estadual Conselheiro Vicente Pacheco do bairro de Dom Avelar. Anderson entende que ser professor não é uma profissão, é uma missão e que os livros são os melhores amigos que um estudante pode ter.