Zona Oeste é celeiro de escritores consagrados no Brasil e no mundo

Aberto ao público, o Projeto ‘Quartas Literárias’ na BEA – (Brazilian Endowment for the Arts) – Biblioteca Brasileira de NY, apresenta em roda de leitura, dia 28 de junho, às 19hs, a tradução em inglês do livro A Obra da Palavra. A obra é de Darlan de Andrade, morador do Ponto Chic, em Padre Miguel, e cria da Vila Vintém.
Darlan teve seu primeiro livro, Árdega, lançado em Nova York em 2009. Em maio de 2014, lançou obras Musa e Pé de Poesia na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), tornando-se o primeiro escritor da favela a realizar noite de autógrafos naquele espaço.
Com certeza, são vitórias para todo brasileiro, mas principalmente a população da Zona Oeste. Não é de hoje que a minha querida região é celeiro de grandes escritores. Em 2015, conheci Luiz Fernando Pinto, pesquisador da obra de Luís da Câmara Cascudo. Escreveu os espetáculos Urucuia Grande Sertão e O Provinciano Incurável. Atualmente, trabalha no livro Pombo Paulo, sobrevivência na cidade do Rio. Também lançou Bisbilhotar, um livro artesanal feito pelo selo independente Outras Dimensões, distribuído pelo nordeste, em uma aventura que foi registrada em um diário virtual com o título de Sobrevivendo como um nativo.
Luiz Fernando 001
“Nós pegamos carona de carro de passeio, ônibus da UNE, caminhão na boleia e na caçamba. Fizemos sarau em recife, vendemos livros e zines nos bus e nas praias de  Salvador (BA)” , lembra Luiz Fernando.
Não se pode falar em escritores da Zona Oeste sem citar Marcelo Goularte, que guarda três recordes do Ranking Brasil.
Marcelo Gulart
Ele é autor do livro O dito pelo Não Dito – Volumes 1 e 2, fruto de uma pesquisa de mais de 15 anos sobre o universo dos ditados populares que compõe a maior narrativa literária por do gênero no mundo. Também escreveu o épico A lenda do funk carioca, maior romance brasileiro por número de páginas (1.500) e  com maior número de personagens do mundo (2.000).
Esses são apenas três escritores. Muitos outros vão em breve despontar nas páginas culturais dos noticiários do Brasil e do mundo. Eles se preparam no Sarau do Velho, no Sarau Convida Todos, na roda de leitura da Maria Realenga, na Cultura na Cesta, no Lata-Doida, na Era do Rádio, no Viaduto de Realengo… Tantos lugares que fica difícil de lembrar.
A Zona Oeste e sua riqueza literária precisa ser cada vez mais conhecida.