Yes, nós temos bananas!

Yes-nos-temos-bananas

A teologia africana conta que Oduduwá era Ninrod, o conquistador caldeu, primo de Abrahão e neto de Cam, que foi designado por Olodumaré para levar a remissão e a palavra de Olórum (Deus) aos filhos de Caim que, amaldiçoados, viviam na África. Imediatamente como teólogo lembrou-me à Bíblia, quando Caim matou seu irmão Abel segundo as escrituras. Deus então mandou Caim embora, e que esse fosse para muito longe, onde ninguém pudesse matá-lo e nem puni-lo, uma vez que ele fazia parte do seu projeto. Acontece que esta linhagem foi parar justamente na África. Devemos lembrar que a terra possui cinco continentes e que exatamente este klan era descendente de um assassino com a agravante deste ser um irmão.

Acredito ser muito importante dar sempre um toque histórico quando se trata de tema polêmico. O racismo no Brasil, enfim botou a cara, ficou as claras, ele que sempre existiu, mas se manteve invisível a ponto de muitas pessoas pensarem que ele nunca andava por aqui. Era como pimenta nos olhos dos outros – um simples refresco.

Acontecesse que o racismo emergiu e emergiu com força. Isto é um péssimo sinal, pois racismo e violência são siameses que podem trazer resultados surpreendentes. Vide o caso da torcedora Patrícia Moreira, do Grêmio, no jogo contra o Santos em Porto Alegre. Ela chamava insistentemente o goleiro Aranha a cada defesa que este fazia de macaco.

Estamos próximo de comemorar mais um 20 de novembro, data consagrada para homenagear o maior símbolo negro da nossa história. Não podemos esquecer que este negro comandou o maior projeto de sociedade justa e igualitária do Brasil. Qual? O Quilombo dos Palmares. Quilombo era um protótipo de cidade, onde não viviam apenas negros. Neste, havia brancos pobres e índios rejeitados pela hipócrita sociedade burguesa da época. Pelo que estamos assistindo esta sociedade ainda se encontra presente entre nós. A torcedora gremista, além de ter sido demitida do emprego, teve também a sua casa apedrejada e já não mora mais na cidade.

Podemos perceber nitidamente que as bananas ostentadas por todos que não aceitam o racismo, não estão surtindo efeitos. É aí que mora o perigo, uma pedrada aqui, outra ali. Oxalá daqui a pouco não comecem a atirar outras coisas piores, porque bananas já foram atiradas em várias partes do mundo. É só por isto que eu afirmo que, Yés, nós também temos bananas, mas não somos “bananas”.