Um Rio de sangue de janeiro a janeiro

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Nas ruas do Rio de Janeiro, o medo tomou conta de todos. Assaltos a qualquer hora e lugar, mortes, intensos tiroteios em diversos locais da cidade, pânico e muita falta de segurança: a cidade vive um dos seus piores momentos. Vidas estão sendo ceifadas de forma covarde, sem fim. Não se pode mais dizer que só um único lado é dizimado. A cada dia mais pessoas tem um relato de violência para expor.

Nas ruas do asfalto ou nos becos e vielas das favelas, um rio de sangue escorre de janeiro a janeiro. Nesse caos generalizado, a vida é o que menos importa. Seja no roubo de cargas, no envolvimento das forças de segurança com a corrupção ou nas canetadas dos políticos, tudo tem nos levado ao fundo do poço.

O sangue que jorra dos corpos dilacerados é o mesmo que está nas mãos dos que regem as leis, conduzem a ordem e determinam onde os investimentos serão aplicados. Esses mandatários são os verdadeiros culpados. Crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos – ninguém tem escapado da crueldade daqueles que assassinam cidadãos, criando uma sociedade doente e sem rumo.

Estamos à deriva, sem um leme. A situação do nosso Estado é a cada dia mais assustadora. Devemos sair às ruas gritando por socorro para que nos vejam e saibam que estamos insatisfeitos com essa situação devastadora e cruel. Todo dia, mais sangue escorre de corpos cravejados de projéteis vindos de todas as partes, sem trégua. Queremos viver.

Depois do que aconteceu em nosso país com os grandes eventos de projeção mundial, depois de um golpe midiático contra uma presidenta democraticamente eleita, depois de tantos escândalos políticos e da instalação definitiva de uma crise moral, o que nos restou foi apenas esse pandemônio que estamos assistindo ao vivo, onde seguimos sobrevivendo – na medida do possível.

Já cansamos de ver nossa gente morrer.