Por 47 votos a 28: Senado rejeita o decreto de armas de Bolsonaro

Bolsonaro é adepto do porte legal e armas facilitado e de uma política de autoedefesa que pode gerar ainda mais mortes no Brasil.

Mais uma vitória para o Brasil, na noite desta terça-feira (18/06), por 47 sim, contra o decreto das armas e 28 não, favoráveis à proposta inicial do governo, o senado derruba a proposta de lei do presidente Jair Messias Bolsonaro ( saiba mais em : http://www.anf.org.br/bolsonaro-sem-livros-e-sem-fuzil/ ).

Como citamos já em matérias em nosso portal (link acima) o Decreto 9.785, de 2019, autoriza a concessão de porte a 20 categorias profissionais e aumenta de 50 para 5 mil o número de munições disponíveis anualmente a cada proprietário de arma de fogo. O projeto de lei segue agora para votação na Câmara dos Deputados e fica a cargo dos deputados decidirem se as pessoas devem ou não usar armas. Para o presidente, os deputados não podem seguir o exemplo do senado, pois segundo o Bolsonaro seria um retrocesso.

Como já mostramos aqui em nosso portal a maioria da população brasileira são contra a posse de armar: http://www.anf.org.br/pesquisa-mostra-que-maioria-dos-brasileiros-sao-contra-a-posse-de-armas/

A votação deu o que falar e seguiu ao longo da noite, os senadores revezaram-se na tribuna do Plenário do Senado defendendo o seus pontos de vista. A maioria dos 47 sim contra o decreto das armas argumentaram para que as alterações, sejam debatidas democraticamente.

Já os 28 não favoráveis à proposta inicial do governo, defenderam que o presidente não extrapolou nenhuma de suas atribuições nem invadiu competências do Poder Legislativo, já que o próprio Estatuto do Desarmamento previu que vários de seus dispositivos necessitariam de regulamentação posterior.

Para Bolsonaro

Na coletiva de imprensa o presidente da república Jair Bolsonaro diz que o que ele quer é facilitar a vida de quem quiser ter armas em casa, que não tem um plano B e usa como exemplo a Venezuela “se o povo venezuelano tivesse armado não estaria passando por isso” e concluiu “toda boa ditadura é precedida do desarmamento.”

Consequências 

Agora, imagina se a população anda armada nas ruas. Como já mostramos em nossas redes, vários casos de crianças que pegaram armas em casa e mataram pessoas nas escolas e nas ruas sem conhecimento dos responsáveis. Brigas no trânsito, brigas dentro de casa que termina com morte por amas de fogo.Sem falar do contrabando de armas já que nem todos terão condições de ter uma arma em casa. A aumento do número de mortes,assaltos e violência em geral só tende a crescer.  Todos os argumentos virarão legítima defesa.

Precisamos repensar em quem elegemos para presidente, está mais que na hora do Brasil acordar e reagir, um país que visa primeiro a segurança do que a saúde, educação, oportunidade de trabalho e projetos socais, não pode ir além.

Pensar além 

É realmente prioridade liberar as armas? Os dados mostram que a situação é alarmante  http://www.anf.org.br/71-dos-homicidios-no-brasil-sao-causados-por-armas-de-fogo/

 

Confira a seguir como votou cada um dos senadores presentes na sessão:

Alessandro Vieira (CIDADANIA-SE) – Sim
Alvaro Dias (PODEMOS-PR) – Sim
Angelo Coronel (PSD-BA) – Não
Antonio Anastasia (PSDB-MG) – Sim
Arolde de Oliveira (PSD-RJ) – Não
Carlos Viana (PSD-MG) – Não
Chico Rodrigues (DEM-RR) – Não
Cid Gomes (PDT-CE) – Sim
Ciro Nogueira (PP-PI) – Não
Confúcio Moura (MDB-RO) – Sim
Daniella Ribeiro (PP-PB) – Sim
Dário Berger (MDB-SC) – Não
Eduardo Braga (MDB-AM) – Sim
Eduardo Girão (PODEMOS-CE) – Sim
Eduardo Gomes (MDB-TO) – Não
Eliziane Gama (CIDADANIA-MA) – Sim
Elmano Férrer (PODEMOS-PI) – Não
Esperidião Amin (PP-SC) – Sim
Fabiano Contarato (REDE-ES) – Sim
Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) – Não
Flávio Arns (REDE-PR) – Sim
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) – Não
Humberto Costa (PT-PE) – Sim
Izalci Lucas (PSDB-DF) – Não
Jaques Wagner (PT-BA) – Sim
Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) – Sim
Jayme Campos (DEM-MT) – Sim
Jean Paul Prates (PT-RN) – Sim
Jorge Kajuru (PSB-GO) – Sim
Jorginho Mello (PL-SC) – Não
José Maranhão (MDB-PB) – Sim
José Serra (PSDB-SP) – Sim
Juíza Selma (PSL-MT) – Não
Kátia Abreu (PDT-TO) – Sim
Lasier Martins (PODEMOS-RS) – Não
Leila Barros (PSB-DF) – Sim
Lucas Barreto (PSD-AP) – Não
Luis Carlos Heinze (PP-RS) – Não
Luiz do Carmo (MDB-GO) – Não
Mailza Gomes (PP-AC) – Não
Major Olimpio (PSL-SP) – Não
Mara Gabrilli (PSDB-SP) – Sim
Marcelo Castro (MDB-PI) – Sim
Marcio Bittar (MDB-AC) – Não
Marcos do Val (CIDADANIA-ES) – Não
Marcos Rogério (DEM-RO) – Não
Mecias de Jesus (PRB-RR) – Sim
Nelsinho Trad (PSD-MS) – Não
Omar Aziz (PSD-AM) – Sim
Oriovisto Guimarães (PODEMOS-PR) – Sim
Otto Alencar (PSD-BA) – Sim
Paulo Paim (PT-RS)  – Sim
Paulo Rocha (PT-PA) – Sim
Plínio Valério (PSDB-AM) – Sim
Randolfe Rodrigues (REDE-AP) – Sim
Reguffe (S/Partido-DF) – Sim
Renan Calheiros (MDB-AL) – Sim
Renilde Bulhões (PROS-AL) – Sim
Roberto Rocha (PSDB-MA) – Não
Rodrigo Cunha (PSDB-AL) – Sim
Rodrigo Pacheco (DEM-MG) – Sim
Rogério Carvalho (PT-SE) – Sim
Romário (PODEMOS-RJ) – Sim
Rose de Freitas (PODEMOS-ES) – Sim
Simone Tebet (MDB-MS) – Sim
Soraya Thronicke (PSL-MS) – Não
Styvenson Valentim (PODEMOS-RN) – Sim
Tasso Jereissati (PSDB-CE) – Sim
Telmário Mota (PROS-RR) – Não
Vanderlan Cardoso (PP-GO) – Não
Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) – Sim
Wellington Fagundes (PL-MT) – Sim
Weverton (PDT-MA) – Sim
Zenaide Maia (PROS-RN) – Sim
Zequinha Marinho (PSC-PA) – Não