Polícia Militar usou força desnecessária na desocupação do Museu do Índio segundo MPF

Polícia Militar impede mídia de circular na desocupação do Museu do Índio

A Polícia Militar desocupou hoje, de forma truculenta, o Museu do Índio. Mesmo após uma longa e acertada negociação, as tropas do Batalhão de Choque e do BOPE espancaram manifestantes e jogaram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, inclusive em cima da imprensa nacional e internacional que estava fazendo a cobertura. No vídeo abaixo, veja os momentos mais tensos do dia de hoje. Uma repórter da Reuters que trabalhava no local disse que: “Acho um absurdo que a imprensa não possa circular livremente. Isso é uma ditadura!”

Ministério Público Federal publicou uma nota agora a tarde sobre a desocupação do Museu do Índio.

Caso Aldeia Maracanã

O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro acompanhou nesta sexta (22/03), por toda manhã, o cumprimento da decisão judicial da 8ª Vara Federal para retirada dos índios na área do antigo Museu do Índio. Estava presente no local o procurador regional dos direitos do cidadão, Jaime Mitropoulos, que participou intensamente de todas as negociações para a retirada pacífica das pessoas que ocupavam o local.

Segundo o procurador, depois de horas de negociação, os índios se retiraram de forma ordeira, até que, ao final desse processo, a Polícia Militar agiu com evidente força desproporcional. Sem que houvesse qualquer necessidade, a policia utilizou spray de pimenta , atingindo os manifestantes, inclusive o rosto do próprio procurador, defensores públicos e oficiais de justiça que estavam no local.

O processo movido em conjunto pela Defensoria Pública e pelo MPF – que tem como objeto a preservação do imóvel do antigo Museu do Índio e a permanência dos indígenas no local – teve decisão desfavorável da Justiça e não cabe mais recurso. O MPF irá agora acompanhar se o Estado cumprirá o acordo firmado com parte do grupo de indígenas que aceitaram as propostas do Governo, inclusive o compromisso extrajudicial de preservar o prédio e o deslocamento das famílias para um centro de referência indígena, previsto para ser instalado em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal