O samba desce o morro

Carnaval 2018: Guerreiros da Vinte, Petropolis, Rio de Janeiro, Brasil, fevereiro 13, 2018. (ANF/Vitor Vogel)

Lá do alto do Morro da Vinte e Quatro de Maio, em Petrópolis, desce um grupo de foliões pronto para desfilar o bloco na Praça da Liberdade. No caminho, outras pessoas vão se aproximando e se agrupam, descendo todos juntos, alegrando e animando a bucólica e conservadora praça comercial de Petrópolis.

O bloco Guerreiros da Vinte, fundado em 02 de dezembro de 2016, tem levado alegria à cidade imperial, no momento em que o samba na região estava para ser esquecido, conforme conta Juari Xavier.

“Devido a catástrofe que aconteceu, durante as enchentes em 2011, não houve verba para fazer o carnaval na cidade. A verba foi destinada para a reconstrução da cidade e o carnaval foi deixado de lado”, explica o presidente e fundador do bloco.

“Decidimos no reunir para resgatar o carnaval na cidade de Petrópolis e não deixá-lo morrer”, completa.

Hoje, o samba pede passagem e os Guerreiros da Vinte estão dispostos a colocá-lo em seu devido lugar “fazendo um carnaval para o povo, com o povo e do povo. Esta é a intenção”, conta Xavier.

O enredo desse ano foi “Meu lugar, berço imperial”, do carnavalesco Alexandre Freitas.

Assim como as escolas do Grupo Especial do Carnaval do Rio fizeram críticas e protestos políticos e sociais, os Guerreiros da Vinte também não vão se calar.

– “Hoje, eu vejo que, politicamente, estão querendo calar o samba. Tanto que no estado do Rio de Janeiro, o maior palco dessa festa mais bonita do Brasil e do mundo inteiro, tentaram calar o carnaval. Tentaram calar a cultura, mas não conseguiram. E nós não vamos deixar. Nós, enquanto sambistas, vamos manter, brigar pela cultura”, deixa o recado o “guerreiro” Juari Xavier.