O país das tornozeleiras

(reprodução da internet)

O que têm em comum o mega empresário Eike Batista, os marqueteiros João Santana e sua mulher e os ex diretores da Petrobras, Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa? Além de todos serem muito ricos cometeram crimes hediondos como corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e evasão de divisas, todos foram premiados com a tal tornozeleira eletrônica e foram beneficiados pela mais alta corte de justiça do Brasil – além, claro de todos serem considerados “homens de bem”.

O Brasil é o país com a quarta maior população carcerária do mundo. Quase todas as cadeias do país sofrem de superlotação e são pessimamente estruturadas. Porém, os juízes dos tribunais continuam mandando condenados para cumprirem penas nessas masmorras modernas, adotando um critério de condenação cujo absurdo só os cegos não enxergam.

Qual é o perfil da maioria do preso brasileiro? Preto, pobre, favelado (ou de periferia), semianalfabeto e que teve pouquíssimas chances de melhorar de
vida. E o perfil dos premiados com a tornozeleira? Branco, rico, morador de alguma área nobre, formado e nascido em berço de ouro.

Notaram a diferença? Sim, o sistema criou um artifício genial para os ricos e poderosos se livrarem da cadeia caso sejam pegos em algum crime, a  tal da prisão domiciliar com o adorno eletrônico. Recentemente, a esposa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi beneficiada com a prisão domiciliar por uma juíza que alegou que a mesma tinha que ficar perto dos filhos. Enquanto nas cadeias femininas milhares de mães amamentam seus filhos atrás das grades, as dondocas da high society podem se deliciar com as benesses de uma prisão no apartamento de mil metros quadrados.

Bons tempos aqueles, quando éramos o país das chuteiras.