Entidades ligadas à saúde realizam protesto contra privatização do SUS

Foto: Augusto Dauster
Foto: Augusto Dauster
Foto: Augusto Dauster

De Brasília

Protesto em defesa do Sistema Único de Saúde ataca políticas propostas pelo governo Temer

 

Nesta terça-feira (24), estudantes, sindicalistas e representantes de diversas áreas fizeram uma manifestação em defesa do Sistema Único de Saúde e contrária às recentes declarações dadas pelo novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR). O ato teve início às 17h, em frente ao Ministério da Saúde e contou com cerca de 300 pessoas.

Para os descontentes, não apenas a nomeação e as declarações de Ricardo Barros para a pasta da saúde, mas também as propostas do governo interino de derrubar o piso de investimentos na Saúde e Educação, demonstram um retrocesso na conquista dos direitos sociais.

Munidos de cartazes com mensagens de “Fora Temer” e “O SUS é nosso”, os manifestantes ocuparam duas faixas do eixo monumental, via que cruza a esplanada dos ministérios, em Brasília.

Ao tentarem se dirigir à frente do Congresso Nacional, os manifestantes foram advertidos pela Polícia Militar, que o trio elétrico que os acompanhava não poderia cruzar a esplanada, devido à dificuldade de fechar a maior via da capital federal para o ato. Mesmo questionada sobre a “seletividade” da instituição que permitiu e auxiliou, em outras ocasiões, manifestações pelo Impeachment da presidenta afastada, Dilma Roussef, a  PM não cedeu.

Por fim, os manifestantes concordaram em abandonar o trio para se manifestarem no Congresso, onde em coro lançaram o recado “O SUS é nosso, ninguém tira da gente, direito conquistado não se compra e não se vende”.

Foto: Augusto Dauster
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Ministro da Saúde

Dentre as polêmicas falas de Ricardo Barros, a afirmação de que “em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las”, concedida em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, no dia 16 de maio, o obrigou a se justificar.

Na mesma entrevista, em trecho anterior ao citado, o ministro ainda afirmou “nós não vamos conseguir sustentar o nível de direitos que a Constituição determina”.  No dia seguinte, após ser repreendido pelo presidente interino, Michel Temer, Barros recuou e afirmou que”o SUS está estabelecido” e que suas falas não colocam em risco o alcance do programa.

Para sua campanha ao cargo de deputado federal, Barros contou com doação de R$ 100 mil vinda do empresário Elon Gomes de Almeida, presidente da Aliança – Administradora de Benefícioss de Saúde LTDA, empresa ligada à Agência Nacional de Saúde Suplementar, responsável pela regulação dos planos de saúde e operadoras de planos de saúde no Brasil.