E começou a Bienal do Livro

Caricatura feita pelo Coletivo Capacomics. (Créditos: Acervo pessoal)

Muitos livros, um intenso vai-e-vem de jovens e adultos, diversas atividades acontecendo simultaneamente. Os dias são assim nos três pavilhões onde acontece a 18ª Bienal Internacional do Livro Rio. A abertura aconteceu no dia 31, quinta-feira, com a presença de autoridades municipais, estaduais e federais.

São muitos pais com seus filhos e crianças em caravanas escolares, sempre guiadas pelas professoras, que enchem de alegria e cores todos os espaços da Bienal. Risos, vozes curiosas, gritos alegres, uma movimentação intensa de vida entre os estandes – fiquei emocionada ao ver tantos pequenos se encantarem com as histórias que estavam nos livros, a alegria de tocá-los e o interesse em interagir com eles.

O livro é realmente algo mágico. Existe em torno dele uma grande festa para todos, independente de idade ou de serem leitores habituais ou não. Vemos muitos jovens pelos corredores acompanhando lançamentos de títulos, tardes de autógrafos, bate-papo com autores, tietagem com Youtubers, artistas, políticos, além de leitores ávidos por livros bons nos estandes que oferecem livros por até R$ 2, como no da Imprensa Oficial. É possível adquirir Inabalável, da escritora vencedora do prêmio Nobel da Paz, ativista política, feminista e ambientalista queniana Wangari Maathai por R$ 5. Há outros estandes que oferecem ótimos livros a R$ 10, como a biografia de James Brown, e também o estande da editora do Congresso Nacional, que possui títulos de Machado de Assis e Lima Barreto por R$ 4.

Sob a coordenação da Superintendência de Leitura e Conhecimento, várias atividades vêm acontecendo no estande da Secretaria de Estado de Cultura. Há também venda de livros, como o Perseguindo um sonho, de André Fernandes, e 400×1 – Uma História do Comando Vermelho, de Wliliam da Silva Lima, ambos da ANF Produções. Estão programadas ainda rodas de conversa com autores ao vivo ou na rádio 94 FM Rio, lançamentos de livros e HQs, como Acabou o esculacho, de MC Smith, bate-papo com representantes de bibliotecas comunitárias e do governo, além de quadrinistas desenhando para o público em tempo real e shows acústicos, como o da banda El Toco.

Na próxima terça, 05, às 16 h, teremos uma mesa de debate no Auditório Lapa sobre o projeto Remição de Pena pela Leitura com a participação do Secretário de Cultura André Lazaroni, o secretário de Administração Penitenciária Cel. Erir Ribeiro, o desembargador Siro Darlan e outros convidados – entre eles, André Fernandes, nosso companheiro, diretor e fundador da ANF. Pela primeira vez na Bienal, estarão presentes dois internos do Sistema Penitenciário: um poeta e uma leitora que tirou nota máxima na dissertação para avaliação da Remição de Pena sobre o livro O Processo, de Kafka.

Torço para que se multipliquem eventos como esse, que o roteiro das feiras literárias que acontem em municípios de todo o Estado tenham maior visibilidade e divulgação, que possamos aproximar nossas crianças cada vez mais da importância do conhecimento, afinal, ele pode ser libertador e formador. O conhecimento pode abrir as portas do novo, do possível e do impossível também.