Após escândalo da gravação, oposição pede impeachment de Temer

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Após a repercussão da divulgação de áudio gravado pelo empresário Joesley Batista, parlamentares de partidos da oposição pediram o impeachment do presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. O deputado Alessandro Molon (Rede) protocolou o pedido, que precisa ser aceito pelo presidente Rodrigo Maia (DEM).

Segundo denúncia publicada na noite desta quarta-feira, 13, no site do Jornal O Globo, Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República gravações que deixam claro que Michel Temer deu aval à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro, presos na Operação Lava Jato. Ao ser informado sobre pagamentos de Batista aos réus, Temer teria afirmado: “Tem que manter isso, viu?”. Na mesma delação, o senador Aécio Neves teria sido flagrado pedindo R$2 milhões em propina ao empresário. O material foi entregue a Luis Edson Facchin, substituto do ministro Teori Zavascki na relatoria da Operação Lava Jato, morto no início do ano em um acidente de helicóptero.

A divulgação causou alvoroço em Brasília e confusão na Câmara, onde parlamentares de diversos partidos, como João Henrique Caldas (PSB) e José Guimarães (PT), subiram à tribuna para solicitar a renúncia de Temer. Molon anunciou que protocolaria mais um pedido de impeachment – já existe um pedido em tramitação na Câmara, aberto por ordem do ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Marco Aurelio Mello. A sessão foi encerrada por Rodrigo Maia, sob protesto dos deputados.

São Paulo e Brasília já registram manifestações, pedindo o afastamento de Michel Temer e a realização de eleições diretas. No Rio de Janeiro, um grande ato está programado para esta quinta-feira, a partir das 17h, na Candelária.